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Ingresso mais barato? Organizador de eventos explica motivos para shows estarem caros no Brasil

Du Serena, um dos líderes da Be On Entertainment, analisa mercado de entretenimento e não vê soluções a curto prazo para ingressos de shows ficarem mais baratos


03/10/2023 18h14

O último trimestre do ano chegou e com ele uma verdadeira maratona de shows. O brasileiro que quis assistir seu artista favorito de perto, teve que desembolsar um alto valor.

Nas próximas semanas, grandes artistas internacionais, como The Weeknd, Taylor Swift, grupo RBD, o Red Hot Chilli Peppers e Roger Waters, irão se apresentar em São Paulo. Se levar em conta os festivais, o estado receberá o Tomorrowland e o Primavera Sound.

Para assistir a Taylor Swift no Allianz Parque, por exemplo, os ingressos variaram entre R$ 190 a R$ 1.050. No caso do rapper Kendrik Lammar, no Primavera Sound, os valores são um pouco maiores, entre R$ 195 e R$ 1.990.

Vale lembrar que o ano de 2023 já recebeu grandes eventos musicais, como The Town, os shows do Coldplay nas capitais carioca e paulista. O leque de opções foi muito grande ao longo dos últimos meses.

Os grandes festivais possuem um ticket médio ainda mais alto. O Lollapalooza, que já está consolidado no país, teve o ingresso para um dia acima dos R$ 1000 levando em consideração todas as taxas. Com transporte e alimentação, passar uma tarde no Autódromo de Interlagos custaria mais do que um salário mínimo, que hoje é de R$ 1.320,00.

Será que é possível os ingressos ficarem mais barato para o público? De acordo com Du Serena, um dos chefes da Be On Entertainment, organizadora de festas e festivais, essa é uma missão difícil. Os preços dos serviços após a pandemia da Covid-19 aumentou, e isso reflete diretamente no valor final para o público.

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“É um caminho sem volta, principalmente depois da pandemia, onde os custos quase que dobraram. O gerador, por exemplo, que a gente pagava R$ 4000, agora custa R$ 8000. Os fornecedores pequenos, eles morreram, não tinham caixa para segurar a empresa. Os grandes foram lá, abocanharam e compraram equipamento deles”, explica.

A Be On é uma das responsáveis pelos maiores eventos de música eletrônica no país. Nos próximos meses, irá organizar as apresentações do Solomun, no dia 4 de novembro, Carl Cox, em 8 de dezembro, e Boris Brejcha, no dia 15 de dezembro.

Na cena da música eletrônica, por exemplo, houve o fenômeno de artistas considerados underground serem mais reconhecidos pelo público nos últimos anos e a demanda aumentar exponencialmente. Dessa maneira, os cachês aumentaram para todos.

“Eles [artistas underground] estão mais requisitados no mundo inteiro, então esses caras estão ganhando cada vez mais dinheiro, estão pedindo cada vez mais dinheiro. É oferta e demanda. Quanto mais o cara tem de pedido, mais o preço sobe”, afirma Serena.

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O que pode ajudar no longo prazo é a economia do país. Durante a pandemia, a inflação passou dos 10%. Isso afetou o poder de compra do brasileiro em geral, não apenas no setor de entretenimento.

“Se antes, a pessoa poderia ir em três ou as vezes quatro eventos por mês, agora vai em dois ou apenas um. Isso é um problema. Não está parecendo que tem uma solução para isso”, finaliza.

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