“Fim de uma era”: Vitor Kley encerra ciclo com DVD ao vivo e faz planos para o futuro
“A Bolha - Ao Vivo em São Paulo” está disponível nas plataformas de música e no YouTube
08/11/2023 19h00
O cantor e compositor Vitor Kley lançou nesta semana o seu primeiro DVD da carreira, intitulado "A Bolha Ao Vivo em São Paulo". O projeto mescla sucessos já consolidados e produções inéditas em parcerias com Samuel Rosa, Jorge e Mateus, Priscilla, L7nnon, Bruno Martini e Rick Bonadio.
Em conversa exclusiva ao portal da TV Cultura, o artista, que passou os últimos meses viajando pelo Brasil e pelo exterior com a turnê “A Bolha”, afirma que o lançamento da gravação simboliza o fim de um ciclo.
“O álbum de estúdio da Bolha tem três anos. Foi lançado em 2020 no meio da pandemia. E o DVD veio justamente para agradecer tudo que esse álbum trouxe para gente, como [a indicação do] Grammy Latino e a cor roxa que eu uso faz três anos. É o fim de uma era que se aproxima, porque a gente vai viajar com a turnê do DVD ainda”, afirma o cantor.
Foto: Reprodução/Instagram @vitorkley
O novo álbum traz 20 faixas e reúne ritmos que vão desde o sertanejo até o rap. Embora transitar por distintos estilos musicais possa parecer ter sido o maior desafio, Kley conta que a logística foi o que mais deu trabalho durante a gravação.
“O mais difícil foi reunir todas as participações. Apesar de todas terem dado o ‘ok’ logo de cara, o problema foi juntar as agendas. Tanto é que Jorge e Mateus nos quarenta e cinco do segundo tempo não sabiam se iriam conseguir vim, mas deu tudo certo”, revela.
A montagem do palco em um único dia também foi outro desafio para a equipe, mas, segundo o cantor, a emoção foi compensada quando entrou e viu todo o público de roxo, cor que remete ao álbum "A Bolha": “Foi realmente algo que a gente sonha há muito tempo e que foi realizado. Esses detalhes foram os mais especiais”.
“Surpresas” a caminho
Vitor Kley, também conhecido por aí como “o cara que só usa roxo”, em breve deve divulgar novidades que, de acordo com ele, poderão deixar as pessoas surpresas. Embora não saiba exatamente o que virá pela frente, diz que se dedica a novas produções.
“Eu tô aqui trabalhando em canções há um tempo e em conceitos, buscando sinais da vida e também muito atento a minha intuição. Com certeza, vai ter que vir coisa nova, inédita e acho que as pessoas vão ficar bastante surpresas”, explica.
Foto: Reprodução/Instagram @vitorkley
Questionado quais artistas gostaria de fazer parcerias algum dia, o músico já começa a elencar possíveis opções em projetos futuros: “Tem o meu padrinho musical, o Armandinho, um cara que foi muito especial na minha carreira. [...] Gosto muito do Natiruts. Acho que com a Iza também ia ser algo muito bonito de se fazer. Djavan, que eu também sou mega fã, Marisa Monte, tem muita gente”.
O processo de criação
Em publicações nas redes sociais, ele também gosta de compartilhar o processo criativo envolvido na composição de suas músicas. Para que novas ideias apareçam, ele conta que costuma se jogar na vida com o intuito de construir momentos únicos.
“Acho que todos os momentos criam histórias. Se tu não para pra sair, pra viver, pra se jogar, tu não cria histórias e geralmente acaba ficando acomodado”, enfatiza.
Com mais de um milhão de seguidores no Instagram, o artista diz que corre para anotar no bloco de notas todas as vezes que surge uma ideia interessante para a letra de uma canção. Além disso, conta que o seu quarto “vira uma bagunça” quando começa a compor, já que fica cheio de instrumentos e garrafas d'água.
“Para você ter uma ideia, outro dia vi a história de um menino que identificou asteroides e foi reconhecido pela Nasa. E o nome dele é Benjamin. Quando eu vi, peguei meu celular na hora e anotei ‘Benjamin, o caçador de asteroides e astros que sonha em ser astronauta’, pode ser uma história linda para escrever um som”, disse o compositor.
Aliás, se a música um dia sair, você, leitor, viu primeiro no portal da TV Cultura ;)
Foto: Reprodução/Instagram @vitorkley
O que Vitor Kley tem a ver com o Homem-Aranha?
O provérbio “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades“, popularizado nos quadrinhos e filmes do Homem-Aranha, tornou-se referência na vida de muita gente. E com o cantor Vitor Kley não foi diferente, já que na entrevista ele diz que se baseia na frase para dimensionar possíveis efeitos que as suas músicas e que a sua própria figura são capazes de gerar em fãs e ouvintes.
“É muito louco esse lance de inspirar pessoas, é uma responsabilidade muito grande que vem junto. Vem até aquela frase do Tio Ben, do Homem-Aranha, de que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. [...] Eu sempre tento passar para os meus fãs e para a galera que gosta do som isso de seguir em frente e de mostrar o outro lado da moeda, de que eu também não tenho dias tão bons e que tá tudo certo”, afirma o artista.
Ao ter no repertório canções repletas de alusões ao amor e a figuras femininas, como “Morena”, “Menina Linda”, “Anjo ou Mulher” ou mesmo canções que fazem a ‘pupila dilatar’, é comum que o público e a imprensa perguntem constantemente quem seriam as possíveis inspirações do artista. Neste ano, por exemplo, rumores apontaram um possível namoro com a cantora Priscilla Alcântara, envolvimento que já foi negado por ambos.
Nesse sentido, Vitor enfatiza que não costuma ter problemas com os questionamentos, desde que os relacionamentos sejam “de verdade”:
“Vai acontecer de alguém perguntar e se eu estiver vou responder ‘estou mesmo’ e está tudo certo, é a vida. O maior problema que eu vejo é quando as pessoas começam a namorar alguém por um certo interesse na fama, aí não é pela verdade, pelo que tu sente pela pessoa”, destaca.
“O cara cabeludo da música do sol e mais umas =)”
Foto: Reprodução/Instagram @vitorkley
Em 2017 foi lançado “O Sol”, que se tornou uma das músicas mais ouvidas nas plataformas de música e rádios do Brasil. No ano seguinte, veio o videoclipe da canção, que já acumula quase 300 milhões de visualizações no YouTube. Kley diz na entrevista que às vezes está na rua e escuta no fundo alguém cantando ou dizendo ‘ô sol’, em tom de brincadeira.
“Eu gosto muito de tocar ela e de quando as pessoas fazem essa ligação. [...] Ela já fez parte de momentos de tratamentos de curas de doenças de pessoas, então jamais eu vou ter alguma ingratidão, pelo contrário. Mas obviamente eu fico feliz quando falam de outras, quando conhecem a obra por inteiro”, comenta o compositor do hit que está presente no DVD.
Na tracklist de “A Bolha Ao Vivo”, há ainda canções que abordam desilusões amorosas e questões existenciais, como em “O Amor Machuca Demais”, “O Dia De Amanhã”, “Meu Quesito é Saber Viver” e até mesmo em “A Bolha”, música que encerra a gravação do DVD.
“Eu acho que, de certa forma, muitas pessoas às vezes estão solitárias ou num momento mais deprimido e nas nossas canções acabam enxergando uma luz no fim do túnel. Então falar de coisas boas é legal, mas vir falar como que tu vira a chave para as coisas boas é muito importante. A montanha-russa da vida é assim, ela sobe e desce, até que há de brilhar o sol”.
No ano que vem, o cantor natural de Porto Alegre, que se intitula na biografia do Instagram como “o cara cabeludo da música do sol e mais umas”, completa 30 anos, e revela bom humor e leveza diante do que pode vir pela frente:
“Eu levo comigo uma filosofia de que a vida com certeza reserva algo muito ‘incrível’ para nós, mas também depende de nós alcançar. Então, onde a vida quiser me levar, eu quero estar pronto para isso”, finaliza.
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