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TV Cultura / Silvio Júnior
TV Cultura / Silvio Júnior

Ressaltando o poder da leitura e a importância da educação, “Matilda - O Musical” estreia em São Paulo nesta quarta-feira (18). Com 28 crianças que integram os três elencos, o espetáculo reúne grandes nomes do teatro musical, além de apresentar uma série de efeitos especiais que prometem despertar a imaginação de adultos e crianças.

Se você já viu o clássico filme “Matilda” de 1996, com Danny DeVito, ou mesmo a recente produção da Netflix, deve se lembrar um pouco da história da protagonista. Nas versões, uma menina de seis anos que sofre com o descaso da família e com o comportamento opressivo da diretora Agatha Trunchbull, passa a ver nos livros uma forma de desviar de seu entorno hostil.

Na peça apresentada no Teatro Claro mais SP, essas reflexões que debatem o direito à educação aparecem de forma bastante lúdica e envolvente.

“A Matilda tem superpoderes, né? Aí as crianças podem pensar, se eu estudar e ler livros, eu vou ter superpoderes igual a Matilda. Então isso pode incentivar bastante!”, afirma Luísa Moribe, atriz que interpreta a protagonista, ao portal da TV Cultura.

Foto: TV Cultura / Silvio Júnior

Além de Luísa, as atrizes mirins Belle Rodrigues, Mafê Diniz e Maria Volpe, também foram escaladas para dividir o papel de Matilda nas sessões, que acontecem de quarta a domingo.

Teatro, livros e imaginação

O ator Cleto Baccic interpreta a diretora da escola “Crunchem Hall”, a antagonista Trunchbull. Também produtor do espetáculo, Baccic comentou ao portal da TV Cultura sobre a importância da leitura presente na narrativa:

“Fala-se o tempo inteiro sobre livros, muitas cenas se passam dentro da biblioteca. A Matilda vai lá, conversa com a bibliotecária e começa a contar uma história. São várias cenas importantes que remetem o quanto a leitura pode ser prazerosa”, explica o ator.

Foto: Divulgação

Myra Ruiz, que recentemente deu vida a Elphaba em “Wicked”, agora interpreta a Sra. Wormwood, mãe de Matilda. A atriz também falou sobre o impacto que a peça pode gerar no público infantil:

“A educação é uma ferramenta poderosa de transformação e de defesa. O livro, assim como a arte, também desenvolve a imaginação e a criatividade. Espero que as crianças assistam e se inspirem”, destaca Myra.

Ao ser perguntada sobre como a Sra. Wormwood poderia estar envolvida nesse processo de incentivo, a atriz respondeu:

“Como tem tantas pessoas como a minha personagem, que diz ter ‘nojo de livros’, acredito que a criança que está na plateia possa querer ir contra essa vilã e passe a ter vontade de ler mais. Acho que a Sra. Wormwood existe um pouco para gerar essa conversa dos pais com os filhos”.

Foto: Divulgação

Letras que viram cenário

Ao olhar para o palco, o público fica diante de sete letras de quatro metros de altura, que formam a palavra “Matilda”, título da peça. À primeira vista, as estruturas podem parecer que estão ali dispostas apenas por uma questão estética. Entretanto, no decorrer das cenas, as letras se desdobram, transformando-se em casas e até mesmo no banheiro da família Wormwood.

Foto: TV Cultura / Silvio Júnior

A ideia é que o mecanismo funcione como uma ‘caixa de brinquedos gigante’. De acordo com o produtor Vinícius Munhoz, tanto o cenário físico quanto o figurino foram construídos no Brasil.

A estrutura cênica conta também com uma plataforma rotatória, vinda da Holanda e feita especialmente para o musical. Acionado por comandos eletrônicos, o piso redondo se move a fim de garantir maior movimento nas transições de ambientes e coreografias.

Para que o cenário de 23 toneladas pudesse caber no teatro, diversas mudanças foram realizadas. Duas fileiras de poltronas foram retiradas e duas paredes foram abertas para que a plataforma giratória pudesse ser deslocada. Além disso, o piso foi reforçado, bem como todo o sistema elétrico, a fim de suportar as mais de 300 luzes em funcionamento.

Um toque de mágica

“Não tem como uma pessoa entrar e sair do mesmo jeito nesse musical, ele é muito transformador”, destaca Maria Volpe, atriz que interpreta Matilda.

O cenário, os figurinos e principalmente o personagem da professora Honey, com atuação de Fabi Bang, retomam a ideia de que um ambiente educacional inclusivo, lúdico e repleto de livros favorece a aprendizagem.

“De certa forma, o musical fala que lendo você pode desenvolver superpoderes, até porque o conhecimento é uma ferramenta de poder”, aponta Myra Ruiz.

Tudo isso acontece em meio a dança constante assinada por Peter Darling, considerado um dos maiores coreógrafos de teatro musical em atividade no mundo.

Vale destacar ainda que a peça é composta por diversos elementos brasileiros, seja na forma de adaptar efeitos especiais da telecinese de Matilda, que é capaz de mover objetos com a mente, ou até mesmo por meio de uma grande televisão que surge no meio do palco exibindo cenas de programas nacionais dos anos 90.

No fim da conversa com as quatro ‘Matildas’, o portal da TV Cultura perguntou o que teria na peça que mais poderia incentivar as outras crianças. Ao mesmo tempo, cada uma delas começou a citar uma coisa, como os livros, a amizade, a coragem de Matilda, até que lembraram de uma música. Sem que ninguém precisasse pedir, as quatro começaram a cantar a versão brasileira de “Naughty”, uma das principais canções do espetáculo.

“Se quiser se ver livre da história em que está, não tem que temer, não tem que chorar, já que o pequeno pode ser gigante, quando seu rival for grande não se espante”, diz trecho da música.

Foto: TV Cultura / Silvio Júnior

Versões no cinema e nos palcos

O clássico da literatura de Roald Dahl, também autor de “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate” e um dos mais importantes escritores infantojuvenis do mundo, recebeu versão para os cinemas nos anos 90 e, em dezembro de 2022, a Netflix também estreou uma produção musical baseada na obra.

Nas versões teatrais, “Matilda - O Musical” foi produzido pela primeira vez pela Royal Shakespeare Company, com estreia no Teatro The Courtyard, na Inglaterra, em 2010. Em 2011, transferiu-se para o Teatro Cambridge no West End em Londres e teve sua estreia nos Estados Unidos no Teatro Shubert, Broadway, em 2013.

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A peça inédita no Brasil, em versão não réplica, deve ficar em cartaz até dezembro deste ano. A produção é da BIC Produções junto ao Atelier de Cultura, os mesmos realizadores de “Wicked” e “Evita Open Air”.

Foto: TV Cultura / Silvio Júnior

Os ingressos, que variam de R$ 39,60 a R$ 400, já podem ser adquiridos pelo site ou pela bilheteria física, aberta das 10h às 22h de segunda a sábado e das 12h às 20h aos domingos e feriados.

A programação conta com acessibilidade física e de conteúdo.

Serviço

Data: A partir de 18 de outubro de 2023.
Horários: de quarta a sexta, às 20h; sábado e domingo, às 15h e 20h.
Local: Teatro Claro SP - Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia, São Paulo - SP, 04551-000.
Classificação: Livre.
Duração: 150 minutos.

Foto: Divulgação

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