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Reprodução / Prefeitura de São Paulo
Reprodução / Prefeitura de São Paulo

Em meio ao pré-Carnaval, os blocos de rua e organizações de São Paulo publicaram uma carta endereçada aos poderes públicos da capital paulista nesta terça-feira (23) com exigências para a realização da festa. Com o slogan “As águas vão rolar antes do Carnaval acabar”, eles demandam um gabinete de crise climática e pontos de distribuição gratuita de água potável.

Sem citar nomes, o texto relembrou o episódio da jovem de 23 anos que morreu durante o primeiro show da cantora Taylor Swift no Brasil, realizado em 17 de novembro no Rio de Janeiro. O laudo da necropsia de Ana Clara Benevides Machado apontou “exaustão térmica” causada pelo calor.

“É necessário que estados e municípios possam somar esforços e estratégias para medidas preventivas e emergenciais perante a desastres meteorológicos e climáticos durante eventos ou atividades culturais de qualquer natureza, amplitude e extensão, onde haja aglomeração de pessoas [...]”, diz trecho da carta.


Veja as seis recomendações indicadas na carta:

1) Estabelecer pontos de acesso ou distribuição gratuita de água potável mineral e/ou filtrada;

2) Estabelecer o valor da venda de águas com preço mais barato e acessível do que a venda de bebidas alcoólicas fermentadas ou destiladas;

3) Estabelecer flexibilização de horários de saída dos blocos de Carnaval mediante a cenários de ondas de calor ou chuvas intensas;

“Caso no horário da concentração as temperaturas estiverem no Estado de Alerta Máximo – quando as temperaturas superarem os 37°C - ou estejam ocorrendo chuvas intensas com ocorrências de alagamentos e enchentes, o bloco deve poder decidir atrasar a concentração ou a saída do desfile em algumas horas, com possibilidade de postergar para o período noturno, alterando a norma de proibição do som a partir das 18h”, diz trecho.

4) Em caso de intensidade e frequência de eventos meteorológicos e climáticos, estabelecer novas datas;

Na carta, os dias 24 e 25 de fevereiro foram apresentados como datas alternativas para o retorno da programação.

5) Diminuir o impacto ambiental dos resíduos sólidos nas ruas, calçadas, bueiros, becos e vielas;

Tal medida deve ser colocada em prática “oferecendo a estrutura necessária para destinação ambientalmente adequada dos resíduos gerados pelos participantes, assim como incentivá-los com ampla sinalização a fazer o descarte correto”.

6) Estabelecer gabinete de crise para pronta resposta à população em caso de danos humanos severos e à infraestrutura em cenário de catástrofes decorrentes de eventos climáticos extremos durante o Carnaval.

Nesta recomendação, as organizações pedem o monitoramento em tempo real das áreas da cidade com maior possibilidade de maior volume de chuvas ou alertas sobre ondas de calor severas.

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Os blocos e organizações destacam que o ano de 2023 foi considerado o ano mais quente da história desde 1850 e que a previsão é que ainda em 2024 o planeta alcance o aquecimento da superfície terrestre em 1.5ºC (limite estabelecido pela UNFCCC), de acordo com os resultados do último relatório do Sistema Copernicus da União Europeia.

Para o Carnaval deste ano, o prognóstico climático de verão, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), produzida juntamente com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indica para o Sudeste a possibilidade de novos episódios de chuvas torrenciais e ondas de calor. Em outras palavras, a nota alerta para “condições favoráveis para chuva acima da climatologia” e “temperaturas com valores acima da climatologia”.

O texto é destinado à Comissão Especial de Organização do Carnaval de Rua 2024, em especial à Secretaria Municipal das Subprefeituras, à Secretaria Municipal de Cultura, à Secretaria Municipal da Saúde, à Secretaria Municipal de Turismo, à Coordenação Municipal de Defesa Civil – COMDEC SP e ao prefeito Ricardo Nunes.

Para assinar a carta, que está disponível para o público, basta clicar neste link e preencher com nome e e-mail. 

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Veja abaixo quais blocos, coletivos e organizações assinaram a carta:

Agora Vai!
Ano Passado Eu Morri Mas Esse Ano eu não Morro - Zona Oeste
Arrastão dos Blocos
Arrianu Suassunga - Zona Oeste
Bloco Abacaxi de Irara - Zona Oeste
Bloco Acadêmicos da Ursal
Bloco Água preta - Zona Oeste
Bloco Arrianu Suassunga - Zona Oeste
Bloco Baco do Parangolé - Zona Oeste
Bloco Bastardo
Bloco Carnavalesco Acadêmicos do Ipanema
Bloco Carnavalesco Agora Vai
Bloco Carnavalesco Lady Fama Bjus Purpurinados
Bloco Carnavalesco Sacada da Gil
Bloco Cecílias e Buarques - Centro
Bloco Cerca Frango - Zona Oeste
Bloco do Água Preta - Zona Oeste
Bloco do Amor
Bloco do Chiquinho
Bloco do Chocolatte
Bloco do Pequeno Burguês
Bloco do Prazer- Centro
Bloco do Ve
Bloco Duchat
Bloco Eco Campos Pholia
Bloco Feminista - Centro
Bloco Fígado de Aço
Bloco Filhos de Gil - Zona Oeste
Bloco Jah É
Bloco Jegue Elétrico SP
Bloco Macaco Cansado
Bloco Ritaleena - Zona Oeste
Bloco Saia de Chita - Zona Oeste
Bloco Samba Rock e Serpentina
Bloco Siriricando
Bloco Tatuapé e Bloco Tá Suavi - Zona Leste
Bloco Vai Quem Quer
Bloco Velha Guarda Butantã - Zona Oeste
Bloco Volta Amélia
Comissão Feminina de Carnaval de Rua SP
Comitê Popular de Luta Bloco na Rua
Fanfarra Manada
Grupo Maracatu Bloco de Pedra
Os Cataratos do Niágara - Zona Oeste
Salete campari - Centro
Unidos da macieira
Vá Toma Na Cupecê
Vai da Boa
Vai Quem Qué
Pimp My Carroça e Cataki
Instituto Lamparina
Greenpeace Brasil
Climainfo

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