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D-Edge, um dos maiores clubs do Brasil, completa 24 anos; conheça a história e programação especial

Projeto nasceu em Mato Grosso do Sul e se expandiu para São Paulo e Rio de Janeiro; saiba os detalhes que torna a balada tão diferente das outras


19/04/2024 15h00

O mês de abril é de celebração para um dos principais estabelecimentos da vida noturna do Brasil. O D-Edge, um dos clubs mais conceituados do planeta, completa 24 anos. O projeto, criado por Renato Ratier, começou em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e expandiu para São Paulo e Rio de Janeiro.

Em um tempo de festivais e grandes eventos, o club segue sendo referência, atraindo artistas de todos os lugares do mundo. Desde Djs mais experientes, até quem está no início da carreira, a balada é respeitada por toda cena.

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, Ratier dá detalhes de como o projeto surgiu e celebra a longevidade.

“Realmente, 24 anos por uma marca no Brasil é uma coisa bem significativa. Geralmente os clubs não passam dos primeiros anos. Eu não tinha nem ideia [que chegaria a essa marca]. Mas quando tive a ideia, fiz com muita vontade. Vi que seria diferente e faria um marco. No quesito do design, ele era muito diferente e especial”, conta o artista.

Como o início do projeto foi num estado fora do eixo Rio-São Paulo, região que circula uma quantidade maior de dinheiro, Ratier acredita que aprendeu a plantar no deserto. Foram três anos de balada em Campo Grande até iniciar a expansão para capital paulista.

Desde o início, o design ficou nas mãos de Muti Randolph. Com o conceito “caixa preta de som e luz”, a balada foi o primeiro no mundo a usar LEDs, tuboled e linhas de luz.

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Diante desse conceito, o local se tornou porta de entrada para diversos músicos internacionais no Brasil. “Muitos artistas vieram para o Brasil pela primeira vez por meio do clube. Solomun e Jamie Jones são alguns exemplos de uma lista extensa”, diz o empresário.

Nesses 24 anos de histórias, mais de 30 mil artistas se apresentaram no club, de acordo com o dono do negócio. Durante um período, a casa abria todos os dias, até mesmo de segunda-feira.

Bastidores da balada

Uma das artistas que passaram por lá foi Yaya Pagh, que fez diversas apresentações nas noites de rock no club. Além disso, foi hostess, promoter e produtora de conteúdo para D-Edge TV. Ao falar sobre a longevidade, ela destaca o investimento em estrutura e na curadoria para montar os eventos.

“É importante demais existir clubs, como o D-Edge, que investem na qualidade de som, design, line-up e tem uma equipe maravilhosa. Foi minha casa e continua minha família”, afirma a artista.

Trabalhando na balada, ela foi responsável por levar o duo Justice e estava na equipe do evento que tinha Ricardo Villalobos como headliner.

“Sequestramos a Miss Kittin depois de se apresentar no Skol Beats e levamos para o clube. Ela fez um after de quebrar tudo. E anos depois, ela nos sequestrou em Barcelona e festejamos como Rockstars por lá”, relembra Yaya Pagh.

Além da vida profissional, o club foi muito importante para sua vida pessoal. Ela conheceu o seu marido na D-Edge.

“Muitos casamentos começaram no club, não foi só os meus. Iggor e Laima Cavalera também. O cupido flechou os dois e estão juntos até hoje”, revela.

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Baladas x Festivais

Mesmo com as celebrações, há motivos para se preocupar. Nos últimos anos, os números de clubs, não só no Brasil, estão diminuindo. No Reino Unido, antes da pandemia, haviam mais de 1500 baladas abertas. Atualmente, esse número está na casa dos 600.

Um dos principais concorrentes são os festivais, que estão aumentando em diversos países. Grandes palcos, ativações de marcas e engajamento nas redes sociais. De acordo com a plataforma Mapa dos Festivais, foram registrados 298 eventos nesse formato no Brasil no ano passado.

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Então, como lutar contra essa realidade e atrair o público para as baladas? Na visão de Ratier, a experiência musical e a aproximação com o artista podem ser fatores decisivos.

“Para quem realmente gosta de música e do artista, acaba sendo uma troca de experiência, acredito eu. É muito mais próxima e prazerosa. No festival você está muito longe. No club, o som é muito mais potente. Você escuta de uma outra forma. No festival, se estiver no meio ou lá no fundo, você pode até não ser impactado da mesma maneira”, explica.

Planos para os 25 anos

Se 24 anos já é expressivo, 25 é muito mais. Ratier já se prepara para a data emblemática no próximo ano. Nos próximos meses, começa a produção de um documentário sobre o D-Egde e também de um livro.

Estruturalmente, o plano é reformar o terraço da unidade de São Paulo e deixá-lo mais moderno.

O projeto mais audacioso é fazer uma comemoração fora do club. Ainda não há detalhes de lugar e artistas, mas ideia é fazer uma festa.

Programação especial de aniversário

Para celebrar os 24 anos, foi preparado uma programação especial durante todo mês de abril. No final de semana, os headlines da festa são o Monkey Safari, dos alemães Sven, e Lars. No sábado (20), eles comandam a segunda pista da casa. No último final de semana do mês, Joris Biesmans discoteca no club.

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