Os negros precisam ser excepcionais? Grada Kilomba critica idealização de povos marginalizados

O Roda Viva desta segunda-feira (13) recebe a artista multidisciplinar Grada Kilomba.

Durante a entrevista, a portuguesa reflete sobre o entendimento de que as pessoas negras precisam sempre ser excepcionais para sobreviver em um mundo permeado pelo racismo e pelo colonialismo.

“[Nós, negros] oscilamos entre a absoluta desidealização e pensamos, durante muito tempo, que a resposta à desidealização é ser ideal, é ser excelente”, afirma.

Para Grada, também é preciso entender como “empoderamento” para povos marginalizados a permissão à falha e à ignorância. Segundo ela, o fracassar também é uma parte da experiência de ser humano.

“Perceber isso é empoderamento. Eu não sei tudo, nem tenho que saber tudo, nem tenho que vencer tudo, nem tenho que ser excluída pra tudo, nem tenho que estar presente em tudo, eu tenho que seguir o meu caminho, conforme as minhas questões e as minhas respostas. Quando eu abandono essa equação de desidealização e idealização, eu posso ser humana”, comenta.

Participam da bancada de entrevistadores Joice Berth, urbanista e escritora, Júlia Rebouças, curadora e diretora artística do Instituto Inhotim, Silas Martí, editor de Cultura da Folha de S.Paulo, Tatiane de Assis, crítica de artes visuais e repórter da Revista Piauí, e Tulio Custódio, sociólogo da Inesplorato.

Assista ao programa na íntegra:

Com apresentação de Vera Magalhães, o programa inédito vai ao ar ao vivo a partir das 22h na TV Cultura, no site da emissora, no app Cultura Play e nas redes sociais X (o antigo Twitter), YouTube, Tik Tok e no Facebook.