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Reprodução/Instagram/@slimsoledad
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A música eletrônica está crescendo no Brasil. Festivais internacionais estão vindo para o país com mais frequência e DJs estão aparecendo na lista de melhores do mundo. Mas essa realidade não é o cenário de todo mundo. As portas ainda não se abriram para algumas pessoas.

É o caso da DJ Slim Soledad, artista natural de Guarulhos, na Grande São Paulo, que faz sucesso na Europa. Ao colocar elementos de funk em músicas techno, um dos estilos musicais mais populares da cena eletrônica, chamou a atenção de muita gente no velho continente.

A assinatura marcante em suas produção a colocaram na mira do Time Warp, festivais alemão que roda o mundo. Os organizadores a escalaram para a edição brasileira deste ano, que aconteceu no mês de maio, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

“Eu não esperava compartilhar o line-up com nomes tão grandes. Fiquei muito emocionada. A gente percebe que está sendo mais reconhecida dentro musical, com o trampo que eu tenho feito”, conta.

Além do Time Warp, Slim fez outros shows em Minas Gerais e Goiás. Essa foi a primeira vez que fez uma turnê no país sendo paga e com equipe.

“Estar no meu país, compartilhar esses momentos com as todas as pessoas que atravessei essa jornada até agora, é gratificante. Todos me receberam com muito carinho”, completa.

Batidas de funk e vocal português

Até para os DJs mais populares do Brasil, vocais em português não são comuns. A maioria deles segue fazendo músicas em inglês ou apenas instrumentas. O objetivo é atrair pessoas de todos os lugares do mundo e facilitar na comercialização.

Slim foi para um outro caminho. Com o funk fazendo parte de sua identidade, ela não conseguiu deixar fora dos seus sets.

“No começo, assim que eu me mudei para lá, há seis anos, era bem difícil. A pista sempre dava uma abaixada quando eu colocava funk. Foi aí que eu comecei a misturar com o techno. Era um jeito de eu começar a educar o público a escutar o funk. Dependendo do lugar que eu toco, as vezes, na hora que eu coloco o funk, a galera fica assustada. Mas eu acho que é tudo música eletrônica. A gente, como DJ, tem o trabalho de educar o público também”, explica.

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No início, a DJ só fazia remixes. Agora, ela iniciou suas produções. Antes da turnê pelo Brasil, ela lançou nas plataformas digitais o single “T.E.T.A Intergaláctica”.

Coletivo Chernobyl

Antes de se mudar para Europa em 2018, Slim deixou um legado aqui no Brasil. Ao lado de uma amiga, elas fundaram o Coletivo Chernobyl, um espaço para festas onde qualquer pessoa era bem-vinda, independente do seu gênero.

“Começou com uma amiga minha chamada Ericsson. Ela deu o nome justamente porque começou a sofrer ataques na internet, porque era uma pessoa gorda de cabelo rosa. As pessoas ficavam comentando nas fotos dela para voltar para Chernobyl. Então, a gente ressignificou o nome e montou o nosso coletivo”, conta.

Um dos principais objetivos, de acordo com a artista, era colocar as pessoas trans dentro das festas. Era comum vê-las nas ruas, mas ainda não estavam presentes na pista de dança. E é possível dizer que deu certo. Durante sua apresentação no Time Warp, havia muitas pessoas trans produzidas e aproveitando o festival.

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“A minha comunidade, a comunidade Queer, a comunidade LGBT são muito fiéis aos artistas que eles gostam. Isso é muito emocionante para mim. Eu vi várias meninas que eu não via há anos no Time Warp só para me assistir. Foi muito emocionada”, finaliza.