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Estudo da Poiesis revela pluralidade nas leituras das bibliotecas da periferia paulistana

Especialista define que literatura deve ser um direito na vida da população


16/09/2025 14h51

As mulheres jovens são o perfil mais frequente entre os leitores da periferia de São Paulo. É o que mostra uma pesquisa da organização social Poiesis, que trabalha com políticas públicas na área cultural, social e educacional. Segundo um levantamento, feito com com frequentadores de bibliotecas públicas de oito bairros da capital, 70% dos leitores são do sexo feminino.

O instituto administra as Fábricas de Cultura, bibliotecas disponibilizadas pelo projeto que visa inserir a população periférica na literatura.

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A pesquisa também mostrou uma grande pluralidade nas escolhas dos leitores: Shakespeare, Bell Hooks e Jefferson Ferreira, com o seu mangá brasileiro, são três dos autores mais escolhidos pelos leitores periféricos.

Ele fala sobre o feminismo, o quanto a nossa sociedade não pode ser sexista e o machismo não pode ser o que vai nos derrubar. Muito pelo contrário, o movimento feminista não veio para acabar com o machismo, veio para que os homens sejam nossos aliados também”, diz Isabella Lima, que atualmente lê “O Feminismo é Para Todo Mundo”, de Bell Hooks, disponível na Fábrica de Cultura do Jaçanã, zona norte de São Paulo.

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A coordenadora artístico-pedagógica das bibliotecas, Ifé Rosa, comenta quais atividades são realizadas no espaço e a importância delas para a população periférica.

As periferias são múltiplas, as pessoas são múltiplas e essa multiplicidade precisa ser falada. As pessoas leem de Dostoiévski a Conceição Evaristo, acessam mangá e também acessam a literatura através de uma roda de conversa. Isso também é literatura. A periferia, assim como qualquer outro lugar, tem pessoas diversas, e essa diversidade é mostrada nessa pesquisa.”

O doutor em literatura, Alencar Schueroff, destaca o quanto a literatura é algo essencial na vida das pessoas.A literatura precisa ser desmistificada, precisa ser trazida para o meio das pessoas, porque, quando isso acontece, o resultado está aí: as pessoas procuram. Literatura, como diria Antônio Cândido, não é um privilégio, é um artigo de primeira necessidade, é um direito, assim como a moradia, a alimentação, a educação.”

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