No mundo da Fórmula 1, há rumores de que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) implantará novas regras para evitar posicionamentos políticos nas corridas. Acostumado a se manifestar publicamente, sobretudo contra o racismo, o hexacampeão Lewis Hamilton, porém, não se preocupa com essa possibilidade.

Já na Rússia para o GP de Sochi, o britânico da Mercedes falou sobre o assunto em coletiva de imprensa, deixando claro que não pretende parar de protestar, como fez recentemente, após os assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor.

“Não me arrependo de nenhum momento. Eu coloco meu coração no que acredito ser certo. As pessoas falam sobre esporte não ser um lugar para política, mas essa é uma questão de direitos humanos. Falar sobre direção segura no trânsito também pode ser um exemplo de direitos humanos. Ouvi que amanhã eles vão vir com algum tipo de regra, mas muitas regras já foram feitas pra mim nos últimos anos e isso não me parou - disse o piloto da Mercedes nesta quinta-feira”, falou.

Único piloto negro do grid da Fórmula 1, Hamilton assumiu um importante papel na luta contra o racismo e o preconceito. Em diversas ocasiões, apareceu vestindo roupas com o nome de Breonna Taylor e a icônica frase “say her name” (“fale o nome dela”). Morta a tiros em março de 2020, ela foi mais uma vítima negra da violência policial nos Estados Unidos.

“Temos um grande e incrível coletivo de pessoas assistindo nosso esporte com múltiplas origens e culturas, e nós devemos levar mensagens positivas para eles. As pessoas sempre estiveram satisfeitas com o jeito que a vida e a sociedade operaram, mas o mundo e as novas gerações estão mais conscientes de que as coisas não são justas. Isso demanda conversas, e coisas como as que aconteceram em Mugello levantam debates que talvez nunca ocorressem. O que foi realmente positivo foi o apoio que recebi dos fãs. Eles têm sido incríveis”, destacou.

O GP de Sochi, na Rússia, está programado para acontecer neste final de semana, com os treinos livres começando já nesta sexta-feira (25). A corrida é no domingo, às 9h (de Brasília). Líder do campeonato, Hamilton caminha para seu sétimo título da Fórmula 1, que igualaria o recorde da modalidade, até então pertencente a Michael Schumacher.