Esporte

Opinião: Brasileirão 2020 não deveria ter 38 rodadas

Calendário apertado obriga os clubes a disputarem partidas mesmo com grande parte dos atletas afastados por Covid-19


23/11/2020 16h50

De acordo com um levantamento publicado pelo portal GE na última sexta (20), 62 jogadores de 10 dos 20 clubes da Série A testaram positivo para o novo coronavírus. Palmeiras, Santos e Atlético-MG concentravam o maior número de casos, somando 35 infectados. Repleto de baixas em seu plantel, o Peixe entrou em campo contra o Internacional, na 21ª rodada, repleto de garotos da base.

O debate sobre o adiamento (ou não) dos confrontos que envolvem times com um alto número de desfalques por Covid-19 existe desde a retomada do futebol brasileiro. Além de ser uma opção segura para evitar novos contágios, uma partida de futebol nessas condições se torna um espetáculo deprimente. Não pelo nível técnico apresentado em campo, mas pela situação toda: sem as principais estrelas, sem torcida, sem o técnico da equipe…

Um dos argumentos comuns de quem defende a manutenção dos jogos é a falta de espaço no calendário. Entretanto, este problema poderia ser evitado caso a CBF tivesse optado por mudar o regulamento deste ano. Um turno único, com dezenove rodadas, liberaria espaço não só para eventuais partidas adiadas, mas para a disputa da Libertadores e da Copa do Brasil.

O leitor pode estar pensando: "mas os patrocinadores e a televisão não deixariam isso acontecer. Eles têm contratos enormes. O dinheiro sempre fala mais alto". É verdade, mas muitas empresas se gabam das enormes doações para o combate à pandemia. Em nome de uma causa maior, porque não compensar o valor já pago pelos eventuais jogos não realizados na hora de fechar o próximo contrato? Ninguém sairia no prejuízo.

Outra opção seria retirar os clubes da primeira divisão nacional dos campeonatos estaduais do ano que vêm. Ou então, alterar o formato de disputa dessas competições, que terão início apenas quatro dias após o término do Brasileirão.

Em 2002, por exemplo, foi criado o Supercampeonato Paulista. Com uma única edição, o objetivo da FPF era não sobrecarregar os quatro grandes clubes do Estado, envolvidos no torneio Rio-São Paulo. Quem sabe ainda não há tempo para uma mudança que priorize a saúde dos atletas?



Gabriel Argachoy é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e integra a equipe de esportes da TV Cultura.

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