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A participação de mulheres no esporte nem sempre foi uma realidade. Na Grécia Antiga, o público feminino era proibido não só de competir nos Jogos Olímpicos, como também de prestigiá-lo da plateia. Mesmo com o retorno do evento em 1896, organizado por Pierre de Frédy, a ausência de mulheres em grande parte das modalidades perdurou ainda por algumas décadas.

Foi somente nas Olimpíadas de Londres, em 2012, que nomes femininos concorreram em todos as categorias da competição. Os jogos seguintes, sediados no Rio, estabeleceram um marco: as mulheres representaram 45% da delegação, o maior número em toda a história do esporte. Para 2021, o Comitê Olímpico Internacional (COI) aponta que a presença feminina seja o equivalente a 48% dos atletas disputando por uma medalha em Tóquio.

A atuação cada vez maior de mulheres nas competições se deu em paralelo com as conquistas femininas na sociedade. O século XX foi marcado pela ascensão financeira, social e política desta parcela da população. Tais avanços só aconteceram em razão da demanda de figuras femininas por igualdade, uma luta que continua até hoje. A seguir, listamos 11 atletas brasileiras que quebraram paradigmas no esporte e se tornaram inspiração para outras meninas e mulheres. Confira!

Veja imagens: Webstory: Grandes nomes femininos no esporte brasileiro

Aída dos Santos – Atletismo

Nascida no Rio de Janeiro, Aída dos Santos foi a única mulher a integrar a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964. Participou do evento sem técnico, sem uniforme e sem sapatilhas. Tornou-se um ícone do atletismo ao alcançar a quarta colocação no salto em altura. Bateu um recorde. Por 32 anos, seu desempenho foi o melhor entre atletas brasileiras na competição.

Amanda Nunes – MMA

A baiana Amanda Nunes é duplo-campeã no Ultimate Fighting Championship (UFC), organização que promove eventos de artes marciais mistas (MMA) em todo o globo. Em 2016, ela derrotou a americana Miesha Tate no peso-galo (até 61 kg). Dois anos depois, nocauteou a brasileira Cris Cyborg no peso-pena (61kg até 67kg). Com as vitórias, tornou-se a primeira mulher a conquistar dois cinturões do UFC.

Daiane dos Santos - Ginástica Artística

Natural de Porto Alegre (RS), Daiane dos Santos começou a praticar ginástica aos 11 anos. Apesar do pouco tempo de treino, garantiu medalhas de bronze e prata nos Jogos Pan-Americanos de 1999 e de bronze na edição seguinte, em 2003. No mesmo ano, realizou um salto inédito no Mundial de Ginástica em Anaheim, o “duplo twist carpado”, com o qual se consagrou campeã da competição. Foi a primeira brasileira a conquistar o ouro na modalidade. O movimento recebeu o nome de “Dos Santos”, em homenagem à ginasta.

Hortência - Basquete

Hortência encantou o Brasil e o mundo entre as décadas de 70 e 90 com sua performance no basquete. Passou a integrar a seleção brasileira com apenas 16 anos e ajudou o país a colecionar diversas vitórias. Chegou ao pódio nos Jogos Pan-Americanos de 1983, 1987 e 1991 (bronze, prata e ouro, respectivamente), no Campeonato Mundial de 1994 (ouro) e nos Jogos Olímpicos de 1996 (prata). Em 2002, entrou para o Hall da Fama de Basquete Feminino e, três anos depois, recebeu um convite para fazer parte do Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (FIBA).

Jaqueline Silva e Sandra Pires - Vôlei de Praia

Em 1996, ano de estreia do vôlei de praia nas Olimpíadas de Atlanta, a dupla Jaqueline Silva e Sandra Pires fez história ao conquistar o primeiro ouro feminino do Brasil em toda a competição. Até aquele momento, o melhor desempenho de uma atleta brasileira havia sido de Aída dos Santos, que chegou ao quarto lugar no salto em altura em 1964. Na final, realizada nos Estados Unidos, Jackie e Sandra venceram as jogadoras Adriana Samuel e Mônica Rodrigues.

Maria Esther Bueno - Tênis

Aos 19 anos, Maria Esther Bueno já garantia seu primeiro prêmio internacional: em 1959, foi campeã do Torneio de Wimbledon, uma das competições de tênis mais prestigiadas do mundo. Foi a primeira pessoa brasileira a vencer um Grand Slam, conquistando ainda muitas outras vitórias ao longo da carreira. Ocupou a primeira posição no ranking mundial por quatro vezes. Ao todo, acumulou 589 títulos em disputas de nível global. Em 1978, teve seu nome gravado no Hall da Fama Internacional do Tênis.

Maria Lenk - Natação

O pioneirismo de Maria Lenk nas piscinas ocorreu em diversos sentidos. Além de ter sido a primeira latino-americana a participar dos Jogos Olímpicos, em 1932, a atleta foi uma das precursoras do nado borboleta e, até hoje, é a única mulher brasileira a entrar para o Hall da Fama da Federação Internacional de Natação (FINA). Quebrou doze recordes americanos enquanto vivia nos Estados Unidos. Após interrupção na carreira, retornou às competições na categoria master. Com 85 anos, saiu do Mundial de 2000 com 5 medalhas de ouro.

Marta - Futebol

Eleita seis vezes a melhor jogadora de futebol do mundo pela FIFA, Marta nasceu em Dois Riachos, no interior do Alagoas, em 1986. Atacante, entrou para a seleção brasileira em 2002. Marcou 108 gols pelo país e conquistou dois Jogos Pan-Americanos e três Copas América. Com passagens pelo CSA, Vasco, Santa Cruz e Santos, a camisa 10 também defendeu times fora do país, obtendo outros títulos na carreira. Desde 2017, joga pelo Orlando Pride, nos Estados Unidos.

Maurren Maggi – Salto em Distância

Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim, Maurren Maggi superou a russa Tatyana Lebedeva no salto em distância. Cravou 7,04m e trouxe ao Brasil a primeira medalha de ouro olímpica do país em uma prova individual. Antes, já havia se destacado no esporte: no Campeonato Sul-Americano de Atletismo de 1999, em Bogotá, obteve a marca de 7,26m no salto em distância, um recorde até hoje não batido por outro atleta da América do Sul. Garantiu também três medalhas de ouro e uma de prata em Jogos Pan-Americanos.

Maya Gabeira - Surfe

Carioca, Maya Gabeira interessou-se por ondas gigantes ainda na adolescência, aos 17 anos, quando decidiu morar no Havaí. Em 2013, sofreu um grave acidente na Praia do Norte, na vila portuguesa de Nazaré, o que a afastou das águas por quatro anos. Após se recuperar, retornou ao local e bateu dois recordes mundiais de maior onda surfada por uma mulher: uma de 20,7m, em 2018, e outra de 22,4m em 2020. Com o feito, a big rider entrou para o Guinness World Records.

Rafaela Silva - Judô

Aos 8 anos, iniciou a prática do judô no Instituto Reação, fundado pelo medalhista olímpico Flávio Canto e por seu técnico Geraldo Bernardes. Em 2008, tornou-se campeã mundial sub-20. No Mundial de Judô de 2011, realizado em Paris, garantiu medalha de prata. Em razão de um golpe ilegal na adversária húngara Hedvig Karakas, foi desclassificada das Olimpíadas de Londres em 2012. Na edição seguinte dos jogos, com sede no Rio de Janeiro, consagrou-se a primeira, e até hoje única, mulher brasileira a conquistar ouro no judô na competição.