Depois de descobrir um tumor na cabeça, realizar uma vaquinha on-line para fazer a cirurgia de retirada e ficar mais de um ano e dois meses sem entrar nas quadras, a central de vôlei Juliana Mello se recuperou e já tem uma nova equipe por onde jogar. Ela irá defender o Macabi Raanana, de Israel.
Ao site da Cultura, Juliana falou sobre a contratação depois do longo tempo afastada do esporte. “Estou muito aliviada de ter conseguido um time tão bacana, foi uma negociação muito rápida e muito fácil. O que me fez fechar com eles foi uma atitude do técnico. Ele disse que leu um artigo sobre o tumor que eu tive e o tratamento que eu fiz para poder saber exatamente o que eu passei. Me senti muito bem cuidada por uma pessoa que se preocupou comigo no lado pessoal antes do profissional”, relata.
O novo desafio da atleta agora é se integrar a um país com uma cultura bem diferente. Ela revela que ficou com medo no começo, por causas das diferenças de comportamento e religião, mas foi tranquilizada por colegas que já visitaram o local. "Estou morrendo de ansiedade e com a expectativa lá em cima. Só sai do Brasil duas vezes, uma para jogar um campeonato e outra para viajar".
Em 15 de agosto, a central de vôlei viaja para o novo país onde vai jogar. Para ela, os maiores desejos no momento são voltar ao nível de atuação de antes do afastamento e continuar fazendo o que gosta.
Descoberta do tumor
A ex-Flamengo e Osasco sentiu os primeiro sintomas da doença que a afastaria do esporte em fevereiro de 2020. Ela teve sangramentos no ouvido, audição prejudicada e falta de sensibilidade no rosto.
Ao realizar uma ressonância, Juliana foi diagnosticada com neuroma do acústico, (também conhecido como schwannoma vestibular) um tumor benigno que cresce de forma lenta causado pela replicação anormal de células que recobrem o nervo vestibular, que vai desde o tronco cerebral até as vias auditivas e é responsável pela audição e equilíbrio.
Como estava sem clube e sem a cobertura de um plano de saúde, a jovem teve a ideia de organizar uma “vaquinha on-line” para arrecadar o valor da cirurgia para a retirada do tumor, além de outros tratamentos, que somariam cerca de 85 mil reais.
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Tratamento e recuperação
Inicialmente, o plano de Ju Mello era realizar uma cirurgia para retirar o neuroma em janeiro deste ano, no entanto, ela testou positivo para a Covid-19 e o procedimento foi cancelado. A jovem realizou um novo teste no dia seguinte e o resultado indicou que ela estava livre do vírus. Alguns dias depois, conversando com médicos enquanto esperava para remarcar a cirurgia, ela foi informada de um outro tratamento menos invasivo e R$5 mil mais barato. Ela decidiu optar por ele.
A "CyberKnife" é uma espécie de rádio cirurgia que consiste na aplicação de radiação dentro do tumor para destruí-lo de dentro para fora, ou fazer com que ele se torne líquido para ser absorvido pelo próprio corpo. O procedimento da atleta foi um sucesso.
"Depois de três meses do tratamento, fiz uma ressonância de acompanhamento e o meu tumor já apresenta sinais de necrose e liquefação, e isso é uma boa notícia. Estou 100% recuperada e não tive sequela nenhuma", diz.
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