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Reprodução/Instagram
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Depois de descobrir um tumor na cabeça, em agosto, e receber a notícia de que precisaria passar por cirurgia e tratamentos que custariam cerca de 85 mil reais, a jogadora de vôlei Juliana Mello resolveu criar uma vaquinha digital para arrecadar o valor. Com forte engajamento de colegas de profissão na campanha, a atleta conseguiu em apenas três dias mais de 100 mil reais.

Ainda em fevereiro deste ano, Juliana começou a sentir os primeiros sinais de que algo estava errado com seu corpo. Ela percebeu uma falta de sensibilidade no rosto. “Era como se eu tivesse tomado anestesia. Um dia, machuquei minha boca e nem senti, cheguei a arrancar um pedaço”, relembra a ex-jogadora do São Caetano, em entrevista exclusiva ao site da Cultura.

Algum tempo depois, no mês de junho, notou que estava com a audição prejudicada. A atleta teve um sangramento no ouvido durante uma madrugada. Quando chegou ao hospital, a jovem foi orientada a fazer uma ressonância, e naquele momento, descobriu o tumor.

“Foi uma notícia muito difícil de receber. Para minha família foi três vezes pior, porque tinha sido logo após o falecimento da minha avó. Eu chorei o dia inteiro, mal conseguia pensar em qualquer outra coisa, até porque eu ainda estava tentando conseguir um time para jogar. Foi um baque assustador”, comenta.

Com a recente morte da avó, sem clube, já que o contrato com o São Caetano havia sido encerrado em abril, e sem a cobertura do plano de saúde, Juliana decidiu que seria muito complicado conseguir a quantia por meio de empréstimos bancários e criou uma vaquinha na internet.

Diversas personalidades do mundo do vôlei, como as jogadoras da seleção brasileira, Jaqueline, Dani Lins, Sheila, entre outras, se engajaram na campanha e ajudaram a promover a vaquinha, que foi postada no dia 12 de dezembro. No dia 16, a meta de 85 mil reais havia sido ultrapassada em mais de 15 mil reais.

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“Eu estava com medo de ter uma repercussão negativa sobre o assunto, mas acabei fazendo. Tinha a intenção de arrecadar, pelo menos, a metade do valor total, e quem sabe, conseguir o restante com o banco. Começou uma movimentação imensa! Fui dormir na segunda com 40 mil reais na vaquinha e acordei com 75 mil. Não conseguia acreditar”, relata a atleta.

No dia 15 de dezembro a jovem foi ao Instagram para comemorar com os seguidores e agradecer a ajuda que conseguiu.

A doença

O neuroma acústico, também conhecido como schwannoma vestibular, é um tumor benigno, de crescimento lento e originado pela replicação anormal de células que recobrem o nervo vestibular, que vai desde o tronco cerebral até as vias auditivas e é responsável pela audição e equilíbrio.

A compressão causada pelo tumor pode causar tontura, desequilíbrio, zumbido e perda auditiva. Conforme o crescimento, ele pode comprimir outros nervos próximos, como o nervo facial e trigêmeo, responsáveis pelo movimento e sensibilidade da face.

Como o crescimento do tumor é lento, os sintomas ocorrem de forma vagarosa e progressiva.

De acordo com a neurologista especialista em neurologia vascular e doutora pela UNIFESP Eva Rocha, na maioria dos casos, esses tumores ocorrem de forma esporádica e sem um fator de risco específico. “Um possível fator de risco pode ser a exposição à radiação na região da cabeça e do pescoço”, explica.

A doutora também informa que aproximadamente 5% dos casos ocorrem de forma hereditária e estão relacionados à doença genética chamada neurofibromatose tipo 2.

Novas expectativas

Depois de mais de oito meses sem entrar nas quadras, Juliana se mostra ansiosa para terminar o tratamento, que, segundo os médicos, deve durar de três a seis meses para uma reabilitação total, e voltar a procurar um clube por onde possa jogar.

“Só espero conseguir algum time para fazer o que eu gosto. Essa temporada foi muito difícil por causa da pandemia. Muitos times desistindo, sem investimento, eu também fiquei para trás. A única coisa que eu quero é dar continuidade à minha carreira, além de ter uma ótima recuperação. Rápida e o mais breve possível”, diz a jogadora.