Sempre quando acontecem grandes negociações no mundo do futebol, o debate sobre o Fair Play Financeiro reaparece. Mas afinal, o que é e como funciona essa regra no esporte mais popular do mundo? Em poucas palavras, é um mecanismo para que os clubes não gastem mais do que arrecadam.

Os times precisam equilibrar as despesas do futebol, como a contratação de jogadores e pagamento de salários, com as receitas de transmissão de televisão, ingressos e as ações dos departamentos comerciais. O máximo que podem gastar a mais do que arrecadam é 30%. O que é gasto em estádios, instalações de treinamento, desenvolvimento de jovens ou projetos comunitários está isento.

A UEFA, entidade que organiza o futebol na Europa, criou o Órgão de Controle Financeiro de Clubes (CFCB) em 2010 para fiscalizar os times de futebol de todo continente. Eles devem fazer uma prestação de contas ao final de toda temporada.

O real objetivo do Fair Play Financeiro é impedir a lavagem de dinheiro dentro dos clubes de futebol. Além de ser uma forma de proteção ao clubes menores e evitar que se arrisquem em grandes investimentos.

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Há diversas formas de punições para quem desrespeitar essas regas. Elas podem ser mais brandas, como advertências e multas. Mas também podem ser bem severas, como retenção de prêmios em dinheiro, proibições de transferência, dedução de pontos em torneios, proibição de inscrição de novos jogadores e restrição no número de jogadores que podem ser inscritos nas competições internacionais.

PSG e o Fair Play Financeiro

A discussão reacende com a possível ida de Lionel Messi para o PSG. Mesmo a negociação não tendo custos, pois o jogador está sem contrato, é preciso levar em consideração o alto salário do atleta. O PSG já tem atletas que estão entre os mais bem pagos do planeta, como Neymar e Mbappé.

Para que seja possível ter Messi no elenco, há a possibilidade do clube francês ter que negociar atletas do elenco e diminuir a folha salarial.

Denúncias dos torcedores do Barcelona

Um grupo de sócios do Barcelona se mobilizou para tentar barrar a ida do ídolo ao clube francês. Segundo o Jornal Marca, foi feita uma denúncia à Comissão Europeia e tem como base o não cumprimento do fair play financeiro.

"Os índices do PSG em termos de fair play financeiro são piores que os do Barcelona. Na temporada 2019/20, a relação entre salários e rendimentos da equipe parisiense era de 99%, enquanto a do Barça era de 54%", diz trecho da denúncia.

Para impedir que a contratação de Messi pelo time francês, a denúncia precisa ser aceita antes que o contrato seja assinado. Caso o acordo seja fechado, as leis trabalhistas protegem o atleta, o que levaria tempo até a abertura de processo.