Esporte

Após ver a morte de frente, Predador chegou ao mais alto nível do fisiculturismo

Marcus Araujo, campeão do Arnold Classic Ohio, soma histórias de superação


31/05/2022 10h42

Há pouco mais de dois anos, o fisiculturismo brasileiro presenciou uma das cenas mais chocantes e delicadas da internet. Um vídeo que mostra Marcus Araujo, conhecido como "Predador", se jogar da janela do décimo andar de seu prédio, viralizou.

O atleta não só sobreviveu, como voltou a andar, treinar e competir, gradativamente. Mesmo depois de perder mais de 30 quilos, ele venceu o campeonato sul-brasileiro de fisiculturismo e o Arnold Classic Ohio, competição criada por Arnold Schwarzenegger

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, Marcus falou sobre sua carreira, sua luta contra a depressão, sua volta por cima e seu afastamento dos palcos, anunciado recentemente.

Saúde mental e volta por cima

Depois de receber alta hospitalar, Marcus buscou a ajuda de médicos e demais profissionais para voltar a perseguir seu sonho: “Não sei quais são os planos de Deus, mas sei que ele me quer no esporte!

Predador contou sobre a época em que ele teve que fazer fisioterapia para voltar a caminhar normalmente e, posteriormente, treinar. Ele lembrou que, mesmo com as limitações, caminhava até o local de tratamento todos os dias. "Eu ia de muleta, todos os dias, andando... Levava uma para fazer esse percurso”, destacou o fisiculturista.

Hoje eu olho, passo a passo e fico muito feliz. Eu me orgulho muito pelo processo que eu passei, pelo passo a passo que tive”, disparou. Ele também alega que as preparações o abalavam mais antes da queda.

Uma das maiores mudanças após a queda foi a mentalidade do atleta. Enquanto ele sempre se achava o pior competidor, independente do resultado: “Mesmo eu sendo campeão brasileiro e tendo vários títulos, eu me sentia o pior atleta do mundo.” Hoje, Marcus se enxerga como um campeão. "Eu sou muito dedicado e tenho uma genética muito boa”, afirmou.

O atleta também enfatizou a importância da saúde mental, tanto no dentro do esporte quanto fora dele. "Não só atletas, mas todos nós precisamos (cuidar da saúde mental). Terapia é algo para você ser uma pessoa melhor. Para você mesmo e para os outros. Então todo mundo necessita de terapia, principalmente aqui no Brasil, que é muito fechado para isso, que tem a mente ainda muito fechada para isso. Mas é algo que pode nos levar muito à frente, pode nos ajudar muito a ter uma vida melhor e a proporcionar uma vida melhor para todos que estão próximos de nós", completou.


O começo na academia

Marcus começou a fazer musculação pelo mesmo motivo de milhares de jovens. Ele era um adolescente muito magro, e queria ganhar mais músculos para melhorar sua performance nas artes marciais

“Eu era muito magro. Pesava 48kg com 16 anos. Comecei a fazer musculação para ganhar um pouco mais de massa para poder lutar melhor”, afirmou. Com o tempo, ele deixou a luta e começou a se dedicar aos palcos, pois rapidamente notou mudanças em seu físico. "Me encontrei no fisiculturismo", pontuou.

O fisiculturista também lembrou que o esporte é sua grande paixão, e ressaltou que as limitações de ser um atleta de alto nível não o incomodam. “É um esporte que exige muito do atleta. Só que para mim é prazeroso. Eu não tenho vontade de beber, não fumo, não gosto de balada. O que eu amo é ser atleta”, afirmou.


Para ajudar em questões como depressão e pensamentos suicidas, busque ajuda. O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Basta acessar o https://www.cvv.org.br/ ou ligar 188

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