Esporte

Em meio a Copa do Mundo Feminina, time amador de Parelheiros busca fomentar a modalidade na periferia

Futebol de várzea praticado por mulheres busca espaço no cenário dominado por homens


06/08/2023 08h14

A Copa do Mundo Feminina chegou em sua fase de mata-mata neste final de semana, com apenas uma seleção sul-americana no torneio, a Colômbia. Em meio a competição da FIFA, o Esporte Clube Apache, busca fomentar a modalidade no futebol de várzea de São Paulo.

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Criado no ano de 2014, por Beto Amorim, que também é fundador da Liga Feminina de Futebol Amador, o Esporte Clube Apache fica localizado no bairro de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, e vem se tornando um dos principais clubes de futebol feminino de várzea da cidade.

Beto conta que iniciou o projeto com a sua esposa, Maria Amorim, que sempre jogava futebol em uma quadra society do Sesc Interlagos. “Com o tempo ela acabou indo jogar em um time de campo. Mas após algumas desavenças com a equipe, ela acabou desistindo e foi aí que eu entrei”.

Como já comandava o time masculino, o treinador e também jogador de várzea resolveu criar uma equipe de futebol feminino. E logo no primeiro torneio, terminaram com a taça.

Somando toda sua trajetória, o clube amador venceu a Copa Parque Florestal (2016), e foi vice-campeão da Libertadores da Várzea (2019) e da Copa Indiano (2019). Atualmente, o time está jogando pela terceira vez a Taça das Favelas.

Falta de apoio e horários abusivos

O treinador afirma que apesar do clube ser relevante no cenário do futebol amador feminino, o Esporte Clube Apache não recebe tanto apoio da comunidade e enfrenta dificuldades para se manter.

“Ninguém critica, mas não apoiam igual acontece com os times masculinos. Desde o início da nossa trajetória, esse foi o primeiro ano que eu não tirei dinheiro do meu bolso para bancar o time. Tem uma empresa no bairro que patrocina todos os clubes masculinos mas a gente não”.

Amorim conta que as jogadoras de futebol amador sofrem com os horários nos campos de várzea espalhados pela cidade.

“Nós enfrentamos um grande problema com os horários, existem vários CDCs (Clubes da Comunidade) espalhados por São Paulo, mas todos são dominados pelo futebol masculino. Eu já tive que jogar às 18h30 em um domingo na Zona Leste”, afirma o técnico.

O futebol de várzea faz parte da rotina de muitas comunidades do Brasil. No entanto, segue sendo raro ver meninas jogando nos principais campos amadores de São Paulo.

Reprodução/Instagram @Ligafemininadefutebolamador

O Maior Festival Feminino de Várzea do Mundo

Apesar das dificuldades, o criador da Liga Feminina de Futebol Amador realizou no último mês de julho a terceira edição do “O Maior Festival Feminino de Várzea do Mundo”, que aconteceu no Parque Sete Campos, na Zona Sul de São Paulo, e contou com oitenta times e mais de 1.000 jogadoras no futebol de campo, futsal e society.

O evento contou com oficinas de malabarismo, skate e pipa, além de bate-papo com a ex-jogadora Roseli. A programação ganhou fôlego neste ano com o apoio inédito de instituições culturais, como o Sesc Santo Amaro e o Museu do Futebol.

“O festival é gratuito, com custo zero para todas as equipes e troféus entregues para todos os times, independentemente do resultado. A competição é o que menos importa”, conta Amorim.

Hoje, a Liga Feminina de Futebol Amador conta com mais de 100 equipes na cidade de São Paulo.

Reprodução/Instagram @Ligafemininadefutebolamador

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