Andrea Ribeiro, mais conhecida como Ruiva Braba, é uma das principais influenciadoras digitais do cenário fitness no Brasil. Em grande parte de suas publicações nas redes sociais, onde conta com mais de 400 mil seguidores, a artista e atleta relata sobre a adicção e sua experiência com drogas ilícitas.
Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, Ruiva reconhece a importância de abordar o tema. “Eu usei drogas por mais de 15 anos. Eu estudei sobre a minha doença, fui frequentadora da Narcóticos Anônimos (NA). Existe todo um contexto teórico por trás da dependência química”, conta.
Por mais que Andrea desejasse praticar a musculação e “ter um ‘corpão” desde cedo, o vício sempre a impedia de manter uma rotina nos treinos.“Só conhecia outros drogados no caminho, fracassava em todas as tentativas”. Foi apenas depois de sofrer uma overdose, há cerca de 10 anos, que ela conseguiu se apegar a prática de exercícios físicos. “Meu amor pela musculação nasceu quando eu estava internada”, lembra.
Após quase morrer por conta da dependência química, Ruiva decidiu pela reabilitação. Foi nesse lugar que, com pesos improvisados, ela estabeleceu uma rotina de treinos. “Comecei a ‘inventar’ pesos porque lá havia muito cimento. Também usava galões de produtos de limpeza”, lembra. Nessa época, não havia pretensão de se tornar uma atleta e influenciar milhares de pessoas. "Não conhecia nada do meio fitness e do fisiculturismo”.
Depois de deixar a reabilitação, Andrea se matriculou numa academia e iniciou sua “volta por cima” por meio dos treinos e de empreendimentos. No entanto, uma recaída – que antecedeu o período que a atleta comumente caracteriza como o seu “renascimento” – fez com que seu trajeto tivesse mais um empecilho.
“Fiquei nove meses ‘limpa’, sem usar sequer álcool. Foi então que conheci uma pessoa e, quando saímos, eu pedi uma bebida. Ela, que sabia da minha condição, me questionou. Em seguida, respondi que já estava curada e que nada de ruim aconteceria. No mesmo dia, eu recaí”, narra a influencer.
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As recaídas passaram a ser cada vez mais frequentes, o que fez com que ela se sentisse culpada pelos meses de reabilitação “jogados fora”. “Eu estava com muito ódio. Todo adicto sente ódio quando recai, e por isso a tendência é de que ele continue recaindo”, afirma.
Após meses nessa situação, Ruiva se envolveu em um acidente de carro, o que a afastou da musculação novamente e quase encerrou sua vida. “Fiquei desfigurada. Achei que as marcas nunca iriam amenizar. Perdi um carro”, destaca. “A virada de chave para eu virar uma bodybuilder – me considero uma atleta independentemente de nunca ter competido – aconteceu no dia 28 de novembro de 2016 com o meu acidente”, continua.
Depois de se recuperar da batida, a atleta voltou aos treinos e, por meio de inserções em canais relevantes no meio fitness, começou a ter seu nome em evidência no cenário.
Para Andrea, os assuntos delicados sobre sua trajetória nunca foram um tabu. No ano passado, ela fez uma participação na música “Sobrevivi”, do rapper Close. Atualmente, o vídeoclipe oficial da faixa no YouTube conta com mais de 55 mil visualizações.
A nova investida da atleta no meio artístico é o livro que atualmente está escrevendo. A obra, segundo Ruiva, conta a história de sua vida e serve como alerta e conscientização a respeito da dependência química.
Por fim, a artista ressalta que o vício pode atingir qualquer pessoa: “a doença é igual para todo mundo. Você pode ser preto, branco, rico ou pobre. Não tem gênero ou classe social”.
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