A maioria dos pacientes da psicóloga e arteterapeuta Cecília (Ciça) Rocha são crianças e adolescentes, que não raramente chegam em seu consultório com grandes dificuldades para lidar com suas emoções, principalmente aquelas desagradáveis.
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Rememorando sua infância, a psicóloga constatou como sua caminhada até a fase adulta poderia ter sido bem menos desafiadora caso tivesse mais recursos para identificar e controlar suas emoções.
Neste sentido, definiu como o objetivo principal de seu trabalho e sua maior motivação de vida proporcionar um caminho mais fácil para as pessoas . Assim, nasceu o livro infantil ilustrado “A casa de Pedro".
“Identificar, nomear e regular emoções é um processo que exige aprendizado, intimidade com nosso mundo interior e um olhar sem medo nem julgamento para as emoções. Este livro é uma porta para esse mundo interno. É um convite para ajudar as crianças a, desde pequenas, olharem para si, suas casas e seus mundos e seguirem fortes por aí”, afirma a autora.
De uma maneira cadenciada, simples e direta, mas sem perder o lirismo e a sensibilidade, o livro conta, por meio de rimas e ilustrações, a história do menino Pedro, que deseja somente “passar as tardes de boa no sofá tomando um gelado chá”, mas não consegue porque é constantemente “atrapalhado” por (não tão) estranhos visitantes (suas emoções).
A primeira visita é do medo, que “é gelado e deixa Pedro de olhos arregalados”. A emoção, que não é muito bem quista pela maioria, conta para Pedro que tem uma função positiva na vida das pessoas: ajuda e proteção. No entanto, segundo o menino, às vezes o medo cresce demais e demora para ir embora. Para conseguir controlá-lo e conviver bem com ele, o medo orienta Pedro a compreender de onde vem.
Com seu livro, Ciça Rocha ressalta a inevitabilidade das emoções. Através da história de Pedro, as crianças se conscientizam de que mesmos as mais desagradáveis emoções (tristeza, nojo, medo e raiva) irão bater à porta delas um dia e que, quando isso ocorrer, elas devem saber identificá-las e compreendê-las, para que não ganhem proporções indesejadas. “Que nossas crianças possam conhecer desde pequenas as emoções. Que possam criar intimidade com elas e seguir pelas estradas da vida de maneira mais tranquila e confiante”, diz.
Por último, a autora informa que apesar de ser um livro infantil, ele é indicado para os adultos.
“Sabemos que um ambiente de acolhimento e validação emocional ajuda as crianças e adolescentes em suas regulações emocionais. Nossa geração, que não teve esse tipo de conteúdo nas escolas, precisa aprender agora para poder lidar com os filhos e criar um ambiente comunicativo em casa, o que vai ajudar muito na inteligência emocional das crianças”, conclui.
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