No ano do centenário, Ulisses, escrito por James Joyce, ainda é uma revolução na literatura
O livro foi considerado símbolo do modernismo literário do século XX e ainda carrega a fama de ser uma obra difícil para leitores
28/02/2022 11h30
Ulisses, livro do escritor irlandês James Joyce, foi um marco na literatura mundial. Completando 100 anos da sua publicação, a obra ainda é muito debatida e levanta uma questão importante sobre os rumos da escrita até hoje.
O livro é considerado difícil pela área da literatura. A estrutura dos 18 capítulos baseada na obra Odisseia, de Homero, acompanha Leopold Bloom até o status de herói mítico. Enquanto remói a suspeita de traição da esposa, Molly Bloom, a preocupação com a filha adolescente, Milly Bloom, a morte do filho que viveu apenas 11 dias e o suicídio do pai, que era judeu imigrante, Leopold transita por um espaço que não pertence.
Em uma narrativa engenhosa, é preciso saber o caminho que está percorrendo para não se perder no trajeto minucioso que Joyce conduz. Os detalhes pelos quais o personagem passa, por mais sutis que sejam, incorporam pistas para o significado da obra.
Caminhando por Dublin, capital da Irlanda, Leopold Bloom e Stephen Dedalus, personagem que também aparece no livro ‘Retrato do Artista Quando Jovem’, enfrentam odisseias que, além de tudo, são também jornadas pessoais. O romance traduziu o momento da época, envolvendo a crise econômica, política e cultural, assumindo o posto de símbolo do modernismo literário do século XX.
Apesar do enredo ter aparência de simplicidade, o fluxo de consciência dos personagens exige extrema atenção dos leitores. A trajetória acontece também por meio de um passeio na mente das figuras apresentadas no livro.
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