Minuto Cultura

Médico explica tratamentos para perda de memória causada pela Covid-19

Em conversa com o site da TV Cultura, o Dr. Vinícius Bonisson revela como o vírus causa sequelas cognitivas após a infecção


25/08/2022 13h30

Dentre as sequelas causadas pela infecção da Covid-19, a perda de memória está entre as mais relatadas por pessoas que contraíram o vírus.

A pesquisa “Morbidade psiquiátrica e cognitiva pós-Covid-19: achados preliminares de um estudo de corte brasileiro”, feita pelo Instituto de Psiquiatria da USP, mostra que 51,1% dos pacientes internados no Hospital Universitário entre o fim de 2020 e o início de 2021 relataram algum tipo de perda de memória.

Os pesquisadores ressaltam que o declínio da memória e outras questões cognitivas não foram associados a nenhuma variável clínica relacionada à gravidade da doença em fase aguda.

O site da TV Cultura conversa com o Dr. Vinícius Bonisson, médico endocrinologista que explica que o Covid-19 não causa somente uma perda na memória, mas sim uma dificuldade em executar tarefas. Ele relata ter recebido pacientes que, após a infecção, não conseguem realizar contas matemáticas que sempre conseguiam, por exemplo.

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“O Covid-19 é devastador para o sistema nervoso central. Se não fizermos alguma coisa, teremos uma epidemia de pessoas jovens com problemas seríssimos de memória”, afirma Vinícius Bonisson.

Ele explica que o vírus tende a atacar as células do sistema nervoso de forma a causar encefalite por invasão direta, uma neuro-inflamação no cérebro. “O Covid-19 gosta muito de uma área do cérebro chamada bumbo olfatório, por isso que muitos pacientes têm perda de olfato, e o vírus não só fica nesse lugar, ele vai para todo o sistema nervoso”, revela o médico.

Tratamentos

Com poucos estudos sobre tratamento para impactos cognitivos pós infecção da Covid-19, o Dr. Vinícius Bonisson compartilha o que tem feito em sua clínica, no Paraná, e destaca o uso de antivirais.

O médico explica que existem estudos da resistência de um "Covid-19 crônico", uma porção do vírus que consegue conviver com o organismo mesmo após a recuperação, o que justifica o uso de antivirais naturais. “O melhor é o ômega 3 que, em determinada proporção, tem a capacidade de estabilizar a infecção viral”, diz.

Além do ômega 3, o médico cita como antivirais naturais o própolis, as plantas tuia, guaco e o coentro. Segundo ele, o coentro tem uma capacidade cientificamente comprovada de eliminar metais e substâncias tóxicas pela urina.

“O método leva em consideração que a Covid-19 pega todas essas toxinas e se localiza onde o meu cérebro está ruim. Se eu sou uma pessoa jovem, que me cuido e tenho o cérebro saudável, é difícil do vírus manter nesse local”, explica o médico.

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Por isso, o Dr. Vinícius Bonisson também destaca a boa alimentação como forma de tratamento: “Procurar fazer uma alimentação mais natural, fresca e limpa possível. Então a verdade é que precisamos aumentar as proteínas chamadas resolvinas. Como o nome diz, elas vêm para resolver aquele processo agudo e se livrar do problema”.

Além de focar em antivirais naturais, o médico cita também a possibilidade de exercícios de neuroplasticidade, usados em tratamentos de pacientes com Parkinson, Alzheimer, entre outros déficits cognitivos leves. A neuroplasticidade é a habilidade do cérebro de se reorganizar para aprender algo novo, e pode ser estimulada com exercícios físicos, alimentação saudável, sono de qualidade, leitura e mais.

Mesmo assim, o médico endocrinologista reforça que o foco tem sido no uso de antivirais para lidar com a infecção viral da Covid-19 no corpo.

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