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Prefeito de Itajaí sugere aplicação de ozônio pelo ânus como tratamento para a Covid-19

A técnica não tem eficácia comprovada contra o coronavírus e é rejeitada por diversos especialistas. Nos Estados Unidos, a ozonioterapia foi proibida por ser considerada perigosa


04/08/2020 12h44

O prefeito de Itajaí, em Santa Catarina, Volnei Morastoni (MDB), sugeriu que a cidade começasse a aplicar ozônio pelo ânus em pacientes com diagnóstico positivo para a Covid-19 como forma de tratamento para a doença. A técnica não tem eficácia comprovada contra o coronavírus e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda não há qualquer tratamento que tenha eficácia científica comprovada.

Durante transmissão ao vivo no Facebook, nesta segunda-feira (3), Morastoni afirmou que inscreveu o município na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Ministério da Saúde, para integrar um protocolo de pequisa sobre o uso do ozônio no combate à Covid-19 e ter acesso a um ambulatório, aparelhos e kits necessários para a aplicação.  

“Além da ivermectina, da azitromicina, da cânfora, nós também vamos oferecer o ozônio. É uma aplicação simples, rápida, de dois, três minutinhos por dia. Provavelmente, vai ser uma aplicação por via retal, que é uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima, com um cateter fininho e isso dá um resultado excelente. Nós vamos em breve estar implantando isso também, e aí a pessoa tem que fazer durante dez dias seguidos, são dez sessões de ozônio”, afirmou.

Segundo a microbiologista Natalia Pasternak, a ozonioterapia não é prática médica e pode ter diversos efeitos colaterais. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), equivalente da Anvisa no país, proibiu a terapia, com a justificativa de ser perigosa. 

"O ozônio é um gás tóxico e sem nenhuma aplicação médica útil conhecida, seja como terapia específica, adjuvante ou preventiva. Para ser eficaz como germicida deve estar presente numa concentração muito superior à que pode ser tolerada por seres humanos ou animais”, afirma o manual de normas técnicas da agência. 

No Brasil, a prática também é vista com ressalvas pelo Conselho Federal de Medicina, que permite que a terapia seja utilizada apenas em contexto experimental. 


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