Durante entrevista ao Roda Viva, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a situação do Ministério da Justiça e do ministro da pasta, André Mendonça, "vem ficando pior". A declaração foi feita após questionamento da jornalista Jussara Soares, do jornal O Estado de S.Paulo, sobre uma "possível violação de direitos fundamentais" pelo ministério.
Uma reportagem do UOL revelou que a Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça elaborou, em junho deste ano, um dossiê com informações de 579 servidores federais e estaduais, entre eles, policiais e professores, que estariam ligados aos movimentos antifacismo e de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com relação à existência do relatório, Mendonça afirmou que não poderia negar ou confirmar a elaboração do documento.
Nessa segunda-feira (3), o Ministério da Justiça anunciou que o ministro decidiu trocar a chefia da Diretoria de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas e substituir o atual diretor, Gilson Libório.
"Olha, se ele demitiu um assessor hoje é porque não pode. E se não pode cabe ao ministro uma explicação à sociedade. Se eu fosse um ministro eu iria ao Parlamento, ao Congresso Nacional, a uma sessão das duas casas, porque, de fato, me parece muito grave esse tipo de atitude. Eu acho que ele precisa de uma posição mais clara, de uma reunião, de ser ouvido, de ser cobrado", respondeu Maia. "A cada dia que passa, eu acho que a situação do Ministério da Justiça e do seu ministro, claro, vem ficando pior, eu acho que seria bom que ele pudesse encerrar esse assunto de uma forma mais contundente do que a forma que ele reagiu até agora."
Questionado se o Congresso pretende cobrar respostas do ministro, Maia afirmou que há pedidos na Câmara e no Senado para que ele explique a situação, mas que espera que Mendonça "se antecipe e faça uma reunião" para esclarecer o assunto.
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