"Se matar e bater resolvesse, o Brasil seria o país mais seguro do mundo", diz professor no Opinião sobre violência policial

No Opinião desta quarta-feira (2),o tema é a violência policial no Brasil. Como explicar os números alarmantes? Quais os perfis destes agentes de segurança? E por que negros e pobres ainda são os que mais morrem? 

No programa, o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rafael Alcadipani falou sobre fatores que ajudam a explicar esse problema tão presente no Brasil: "Se matar e bater resolvesse, o Brasil seria o país mais seguro do mundo. Não se tem uma ideia profissional de segurança pública, mas uma ideia antiga, como se policiais devessem ser jagunços. [...] A gente observa que as organizações policiais possuem subculturas muito fortes que acabam reforçando a violência do policial. É preciso que a gente mude a lógica do que é ser um policial", afirma. 

Confira o trecho:

Em junho deste ano, o Governo Jair Bolsonaro excluiu os casos de violência policial do relatório anual sobre violações dos direitos humanos. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, alegou que os dados “não foram divulgados pois haviam inconsistências em seus registros”. Após pressão do Ministério Público Federal, a pasta divulgou que um total de 1491 denúncias de violência policial foram apresentadas ao longo de 2019 (o que indicaria uma redução de 9% em relação ao ano anterior). Porém, segundo levantamento feito pelo portal de notícias G1, ao menos 5.804 pessoas foram mortas pela polícia no ano passado, resultado que mostra um aumento de 1,5% em comparação a 2018.

Também participam do debate no Opinião Renato Sérgio de Lima, diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e Eunice Prudente, professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

O programa é comandado por Andresa Boni e vai ao ar às quartas partir das 22h15, na TV Cultura, site oficial da emissora e canal Jornalismo TV Cultura no YouTube.