Fundação Padre Anchieta

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Quem precisou recentemente trocar algum eletrônico ou eletrodoméstico já sentiu o drama do encarecimento desses produtos. De acordo com os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a categoria de eletroeletrônicos subiu 6,5% desde o início do ano, frente a uma inflação média de apenas 0,7% registrada no mesmo período.

Os itens que mais subiram, de acordo com a pesquisa do IBGE, foram os computadores, com alta de 17%, e as televisões, com avanço de 11,5%. Os produtos de linha branca, como máquina de lavar e fogão, tiveram altas mais modestas, mas uma breve conferida nos preços do varejo mostra que os números oficiais mostram certa defasagem em relação aos registrados nas lojas.

Vamos aos preços da vida real

O 6 Minutos comparou os preços disponíveis na plataforma de preços Buscapé para os eletroeletrônicos mais comprados pelos consumidores. O encarecimento da linha de geladeiras e fogões está em torno de 20% a 30%, dependendo do modelo e da marca. As máquinas de lavar, microondas e lava-louças tiveram alta parecida no período, assim como os produtos de ar condicionado.

Apenas para exemplificar: em abril, uma geladeira Brastemp custava R$ 1.850, em média, e o mesmo modelo é vendido agora por R$ 2.150 (alta de 16%). Já um modelo mais sofisticado de refrigerador da mesma marca, que custava R$ 4.120 cinco meses atrás, agora custa R$ 5.000 (alta de 21%).

José Jorge Júnior, presidente da Eletros, associação que representa as fabricantes de eletroeletrônicos, explicou que tanto os componentes importados quanto os nacionais ficaram mais caros desde o início do ano, em razão da alta do dólar e da falta de produtos no mercado externo.

“A variação cambial afeta os preços dos eletroeletrônicos por causa do custo dos componentes importados. Além disso, houve um aumento nos preços nacionais, com insumos como o aço e o plástico ficando mais caros. Por mais que a indústria se esforce, a gente acaba tendo que repassar esse custo maior ao consumidor”, diz Júnior.

Faltaram componentes para as fábricas? Sim. O presidente da Eletros conta que boa parte dos insumos de eletroeletrônicos é fabricada na China. “Os produtos feitos aqui no Brasil têm, em média, de 30% a 70% dos componentes trazidos de fora”, diz Júnior. Ele explica que, em janeiro, a pandemia do coronavírus paralisou a produção da China, mas que como os navios com os insumos demoram meses para chegar ao Brasil, os efeitos de falta de itens começaram a ser sentidos só a partir de abril.

A Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), que representa as fabricantes de computadores, notebooks e celulares, aponta, ainda, para mudanças nos cálculos do IPI e do ICMS, que ajudaram a encarecer alguns produtos.

“Outro fator importante foi a alta demanda global, especialmente por notebooks, que tem causado a falta de alguns insumos, como telas e pequenos componentes no mercado”, disse a Abinee, em nota enviada ao 6 Minutos.

A associação disse que 72% das fabricantes associadas relataram um aumento acima do normal nos custos dos componentes. Em janeiro, esse percentual era de 30%. As principais razões para o encarecimento foram a desvalorização do real, o aumento de preços dos fornecedores estrangeiros e brasileiros, e a alta nos custos do frete marítimo e aéreo.

As fábricas pararam? Diante da falta de insumos e das medidas de restrição impostas pela quarentena estabelecida em várias regiões, parte da indústria eletroeletrônica ficou parada nos últimos meses. Em Manaus, por exemplo, milhares de trabalhadores da Zona Franca só voltaram a trabalhar em maio.

“Chegamos a uma parada de 80% nas fábricas. Como os nossos principais revendedores são as lojas física, o fechamento do comércio causou uma interrupção na produção”, explica Júnior, da Eletros. Ele diz que as varejistas aproveitaram a pausa para desovar os produtos que estavam parados, o que reduziu o nível de estoques das lojas.

Vai faltar produto para a Black Friday e Natal? Apesar do aperto, as fabricantes de eletrodomésticos e eletrônicos acreditam que as fábricas vão dar conta de abastecer os estoques das varejistas para as vendas de final de ano. A questão, na verdade, será o preço. É possível que, em razão de todos os motivos apontados, as promoções deste ano não sejam tão boas assim.

“Mas acreditamos que, mesmo passando por uma crise econômica, o consumidor já está se preparando para as compras de Black Friday e Natal. Certamente as varejistas vão fazer um esforço para oferecer esses produtos com um preço mais acessível”, diz Júnior, da Eletros.