A vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, não causou efeito adverso em 94,7% dos mais de 50 mil voluntários na China. Resultados dos estudos clínicos mostraram baixo índice de efeitos adversos e de baixa gravidade, como dor no local da aplicação, reação comum em vacinas já utilizadas, como a da gripe.
Na testagem no Brasil, também não houve registro de reação adversa grave entre os 5.600 profissionais da saúde que participam dos testes. "Esses resultados comprovam que a Coronavac tem um excelente perfil de segurança", afirmou o governador de São Paulo, João Doria, em coletiva de imprensa nesta quarta (23).
De acordo com o governador, o primeiro lote de 5 milhões de doses chega ao Instituto Butantan no mês de outubro para aplicação em São Paulo. Depois da conclusão dos testes e aprovação da Anvisa, a imunização pode ser iniciada já na segunda quinzena de dezembro, de acordo com critérios de vacinação adotados pela Secretaria de Saúde do estado de São Paulo e protocolos do Ministério da Saúde.
"Até 31 de dezembro teremos mais 46 milhões de doses da vacina e até 28 de fevereiro, 60 milhões de doses, o suficiente para a imunização de todos os brasileiros de São Paulo" afirmou João Doria. Segundo ele, o governo do estado está em negociações com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para a compra de mais 40 milhões de doses da vacina pelo governo federal, para imunização em outros estados.
Eficácia
Depois da comprovação da segurança, a vacina ainda precisa da finalização dos testes clínicos para confirmar a eficácia e o tempo de resposta imunológica no organismo.
De acordo com Xing Han, diretor da Sinovac para a América do Sul, ainda não é possível determinar a duração da produção de anticorpos. "Como a pandemia começou este ano e nós começamos a fase 3 em julho, ainda não temos dados para dizer qual é o tempo de duração. Em outras vacinas com a mesma tecnologia já observamos que a duração é longa, e acreditamos que esse será o caso desta vacina", afirmou. Han acrescentou que já tomou duas doses da Coronavac e também não apresentou qualquer efeito adverso.
Distribuição
Segundo Eduardo Ribeiro, Secretário-executivo Estadual de Saúde de São Paulo, uma vez que o imunizante estiver aprovado pela Anvisa, será organizado um cronograma de vacinação que deve priorizar grupos de risco, como profissionais da saúde e idosos com comorbidades.
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