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Anvisa diz que suspensão dos testes da Coronavac foi 'técnica' e alega falta de informações

Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, afirmou que a agência não foi informada de que a causa da morte de voluntário foi suicídio e alegou que não "havia outra alternativa" senão suspender os testes


10/11/2020 15h55

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (10), que a decisão de suspender os testes da Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, foi "técnica" e baseada em informações "incompletas" e "insuficientes" enviadas pelo instituto.

"Documentos claros, precisos e completos precisam ser enviados a nós, o que não aconteceu", afirmou Torres. "O que recebemos ontem não nos dava nenhuma outra alternativa."

Segundo o diretor-presidente da Anvisa, a suspensão dos testes está mantida até que todas as informações necessárias sejam enviadas e até que ocorra análise do caso por um comitê internacional independente de segurança.

De acordo com laudo do Instituto Médico Legal (IML), a morte de um voluntário que participava dos testes da vacina Coronavac se deu por suicídio. A informação foi obtida com exclusividade pelo Jornal da Tarde e divulgada nesta terça (10), na TV Cultura.

Torres afirmou que a causa da morte do voluntário não foi informada à agência. "Objetivamente, não havia essa informação dentre as que recebemos ontem. Quanto a questão de ouvir ou não o Instituto Butantan, não é atribuição da agência tomar essa decisão."

O diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou "indignação" com relação à decisão tomada pela Anvisa.

"É uma notícia que causa surpresa, insegurança e, no nosso caso, causa até indignação", disse Dimas Covas. "Suspenderam estudo, causaram medo nas pessoas, fomentaram ambiente que já não é muito propício ao fato de essa vacina ser feita em associação com a China. Fomentar isso a troco de quê? Não seria mais justo ligar e falar que reunião estava marcada para esclarecer isso? Não seria mais justo, ético e compreensível?"

Em resposta, Torres declarou que "quem se surpreende com uma decisão tomada por nós está se surpreendendo com algo que é óbvio. É nosso dever tomar decisões, não tomar é prevaricação. Não faremos. Iremos decidir, no momento certo, na hora certa, diante de documentos que nos respaldem, ou na ausência deles conforme aconteceu ontem".

Hoje pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) politicou a decisão nas redes sociais e comemorou a suspensão dos testes da vacina, proferindo críticas à Coronavac e ao governador de São Paulo, João Doria.

Sobre isso, o presidente-diretor da Anvisa afirmou que não faria comentários sobre a declaração de Bolsonaro. "O que o cidadão não precisa hoje é de uma Anvisa contaminada por questões políticas."




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