Um pescador afirmou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que no dia 14 de março de 2019, um homem que alugou seu barco jogou armas longas, incluindo um fuzil, no mar da Barra da Tijuca.

O MPRJ afirma que esse homem é Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca, que foi preso em 3 de outubro de 2019, acusado de atrapalhar as investigações sobre a morte de Marielle.

Até o momento, com o auxílio de mergulhadores da Marinha e do Corpo de Bombeiros, foram realizadas 28 buscas pelas armas jogadas no mar, mas nada foi encontrado.

A mulher de Ronnie Lessa foi apontada pela polícia como a mentora da ação para destruir as provas. Djaca é apontado como cúmplice de Ronnie Lessa, o ex-policial acusado de ser o autor dos disparos contra a vereadora e também suspeito de ter se desfeito da submetralhadora usada no crime.

De acordo com o depoimento do pescador ao MPRJ, ao qual a GloboNews teve acesso, a testemunha afirmou a uma promotora que, naquele 14 de março, voltava de uma pescaria quando um homem o contratou, supostamente a fim de mergulhar. Djaca embarcou com malas, bolsas e caixas. “No trajeto, ele começou a abrir lá e jogar as coisas fora. Fiquei até assustado”, disse o pescador. As “coisas” eram armas de grosso calibre e munição.

Durante a audiência, o pescador, que se diz analfabeto, afirmou que as armas afundaram logo após terem sido jogadas. Segundo o pescador, Djaca respondeu: "Não vai pegar nada para você, não. Qualquer coisa eu assumo tudo".

Segundo o MPRJ, o pescador e outras testemunhas foram ouvidas no processo que tramita na 19ª Vara Criminal do Rio e que denunciou cinco pessoas pelo crime de obstrução da Justiça.

Os investigados foram presos na operação Submersus em 2019. Além de “Djaca”, um empresário, a esposa e o cunhado de Ronnie Lessa foram acusados de ter ocultado armas, entre elas a submetralhadora HK MP5 usada no crime que matou Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.