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A farmacêutica AstraZeneca afirmou que a vacina contra o coronavírus, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, deve passar por um estudo adicional. A complementação acontece após questionamentos sobre o grau de proteção do imunizante contra a Covid-19

Na segunda-feira (23), o laboratório revelou que a vacina apresentou uma taxa de eficácia de 90% na análise preliminar dos estudos clínicos. Mas, poucas horas depois, corrigiu a informação. A alta proteção só foi verificada em um grupo de voluntários com menos de 55 anos e que recebeu metade da dose da vacina, por engano. Nos voluntários que receberam a dose completa, a taxa de proteção caiu para 62%.

Após a repercussão negativa causada pelo erro de dosagem na vacina contra a Covid-19, a AstraZeneca anunciou a realização de novos testes para avaliar a eficácia da dosagem mais baixa do imunizante. 

"O fato de eles terem omitido e de eles terem tentado dar a entender que a eficácia deles poderia ser tão alta quanto à da Pfizer e a da Moderna, que já tinham publicado eficácias muito altas, isso tudo gera um desconforto, gera uma desconfiança e abala muito a credibilidade da empresa", afirmou Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência.

O erro deixou a comunidade científica desconfiada. Alguns pesquisadores questionam outras irregularidades e omissões na forma como a AstraZeneca divulga os dados. Com isso, os cientistas pedem mais transparência.

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"Eles estavam fazendo dois protocolos clínicos diferentes, um na Inglaterra e um no Brasil. Os dois desenhos experimentais são diferentes. Na Inglaterra, tem vários braços e cada braço é um tipo de tratamento, mas eles estão recebendo ou vacina ou placebo. No Brasil, um grupo recebe uma vacina e o outro recebe outra vacina. Você não pode juntar os dados de eficácia de um ensaio com o outro. Não pode misturar os grupos dos dois ensaios e não pode fazer uma média entre eles", explicou Cristina Bonorino, membro do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia. 

10 mil voluntários brasileiros participam dos testes clínicos na última etapa da vacina, desenvolvida entre a AstraZeneca e a Universidade de Oxford. O imunizante é uma das apostas do governo brasileiro para uma vacinação em massa.

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O Ministério da Saúde tem acordo com a farmacêutica para a compra de 142,9 milhões de doses do imunizante contra a Covid-19, mas a aquisição depende de autorização e registro na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Eu acho que foi uma comunicação muito atrapalhada, faltou transparência, e isso acaba prejudicando a confiança da população no processo científico, muito mais do que na própria empresa. Isso pode alimentar, inclusive, os movimentos contrários à vacinação. Então, pode ter consequências graves para a sociedade", afirmou Natalia.