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Faz sentido aumentar a conta de luz para evitar apagões? Entenda o que está por trás dessa justificativa

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que o aumento da conta de luz está relacionado aos níveis baixíssimos das represas.


01/12/2020 15h53

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que o aumento da conta de luz está relacionado aos níveis baixíssimos das represas. Questionado em uma rede social sobre o reajuste, o presidente disse que era preciso fazer alguma coisa para evitar apagões.

“As represas estão (com) níveis baixíssimos. Se nada fizermos, poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício……”, escreveu no Facebook.

Sobre que aumento ele está falando? É o aumento da conta de luz, que começou a vigorar a partir desta terça-feira. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu retomar a cobrança das bandeiras tarifárias nas contas de energia. Essa cobrança estava suspensa desde maio, por conta da crise econômica provocada pelo coronavírus.

Os diretores da Aneel decidiram ainda acionar a bandeira vermelha no segundo patamar, que é a categoria mais alta. A taxa extra será de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Qual a justificativa? O argumento é de que o nível dos reservatórias das usinas hidrelétricas está muito baixo. Para compensar essa redução, o governo tem que acionar as usinas térmicas, que têm um custo mais alto de energia.

Faz sentido isso? Rodrigo Leão, coordenador técnico do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), diz que o sistema de bandeiras reflete o nível dos reservatórios das hidrelétricas. “Se o nível está muito baixo, a bandeira vermelha é acionada. É uma forma de tentar reduzir o consumo”, disse.

Mas não é só isso. Henrique Costa, CEO da Accell, afirma que existem outros fatores pressionando o custo: o consumo doméstico subiu na pandemia, o país parou de importar energia da Venezuela e o governo quer criar um fundo de reservas técnicas – e para isso precisa de dinheiro.

Mas tem risco de apagão? Leão diz que não é uma hipótese que pode ser totalmente descartada. “O Brasil teve avanço importante com termelétricas. Mas elas não dão conta de substituir toda oferta de energia das hidrelétricas. Dependendo da falta de chuva, se o nível dos reservatórios continuar muito baixo, podemos ter problema no médio prazo.”

O que as pessoas podem fazer? O jeito vai ser economizar. Costa, da Accell, deu algumas dicas. “Algumas opções são tomar banho mais rápido, reduzir consumo de ar condicionado, não abrir muito a geladeira. São pequenos gestos, mas que podem fazer a diferença no fim do mês.”

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