Sergio Fernando Moro se especializou em crimes financeiros. Se tornou juiz e atuou na investigação do caso Banestado e como auxiliar da Ministra Rosa Weber no julgamento do Mensalão. Se tornou titular da Décima Terceira Vara Federal de Curitiba, e acabou responsável, em Primeira Instância, pelos processos de uma operação que abalaria a estrutura política do país: a ‘Lava Jato’.
Durante sua atuação, 140 pessoas foram condenadas por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros crimes. Entre os sentenciados, doleiros, empreiteiros, empresários, diretores da Petrobras e políticos, como o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No auge da Lava Jato, Moro ganhou projeção dentro e fora do país: a revista Time chegou a listar o então juiz entre as cem pessoas mais influentes do mundo. Mas ele teve sua atuação questionada quando divulgou o grampo telefônico de uma conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula, que iria assumir a Casa Civil. A gravação foi considerada sem validade jurídica pelo STF.
Logo depois das eleições, Moro pediu exoneração do cargo de Juiz Federal para desembarcar na Esplanada dos Ministérios. Aceitou o convite do recém-eleito Jair Bolsonaro para assumir a pasta da Justiça e da Segurança Pública. O convite veio junto a falas de uma indicação de Moro a uma futura vaga no Supremo Tribunal Federal.
No governo, Moro fez ações de combate ao narcotráfico e transferência de presos e chefes de facções ligados ao crime organizado. Apostou no Pacote Anti Crime como grande marca de sua gestão, prevendo prisão em segunda instância e o excludente de ilicitude. Mas a proposta acabou desfigurada no congresso.
Moro teve que lidar com uma grande crise envolvendo sua imagem pública quando mensagens atribuídas a ele, no aplicativo de mensagens Telegram, foram divulgados pelo site The Intercept Brasil, que questionavam a imparcialidade dele enquanto Juiz Federal.
E a relação com Bolsonaro, que havia prometido carta branca ao seu ministro mais popular, se desgastou com episódios como a transferência do conselho de controle de atividades financeiras, agora rebatizado de unidade de inteligência financeira, para o banco central. E nomeações na Polícia Federal. Até chegar ao fim hoje, um ano e 4 meses depois da posse, com alta popularidade.
Assista à trajetória de Sergio Moro:
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