A alta comissária para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, afirmou nesta quarta-feira (9) que os líderes devem ouvir a ciência para evitar os efeitos devastadores da pandemia do novo coronavírus.
Durante entrevista em Genebra, na Suíça, Bachelet disse que a América Latina tem as maiores taxas de mortalidade do mundo e, ao mesmo tempo, falta de participação da sociedade.
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A alta comissária da ONU também criticou a gestão da pandemia no Brasil dizendo que o vírus teve um impacto devastador e afirmou que houve uma politização em torno do tratamento e das vacinas contra a Covid-19.
Bachelet afirmou que é preciso garantir confiança na comunicação do governo sobre o vírus e seus impactos e criticou declarações que subestimaram evidências científicas da pandemia e até a existência e a força do vírus, o que resultou em um efeito negativo não só no Brasil, como em muitos países.
A alta comissária da ONU também declarou que a pandemia deste ano deixou descobertas todas as fissuras e fragilidades das nossas sociedades, colocando em risco direitos fundamentais dos cidadãos, como os direitos sociais, culturais, civis e políticos.
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Segundo ela, nos últimos onze meses, os pobres ficaram mais pobres e os que sofrem de discriminação sistêmica, como as minorias étnicas e religiosas, foram os que mais sofreram.
Bachelet ainda pediu aos governos que tirem lições dessa experiência, do contrário, o ano de 2020 será apenas o primeiro capítulo antes do início de uma nova calamidade.
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