O aumento no número de casos e mortes pela Covid-19, entre os meses de agosto e setembro, trouxe ainda mais cansaço e estresse para os profissionais da saúde que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Segundo o médico intensivista Murilo Assunção, que trabalha na UTI do Hospital Albert Einstein, o convívio entre a vida e morte é um dos grandes fatores de estresse.
Leia também: Casos e internações por Covid-19 entre crianças crescem em São Paulo
"Já há nove meses que a gente está em uma carga de trabalho enorme e obviamente que muitos da equipe estão estafados, pessoas entrando em burnout, e obviamente que isso impacta na segurança e qualidade dos atendimento em geral. Isso aí é em qualquer lugar", contou.
De um lado, muitas pessoas se descuidam pelas ruas: deixam de usar máscaras, aglomeram-se em locais públicos e esquecem de higienizar as mãos com frequência. De outro, profissionais da área da saúde trabalham cada vez mais para salvar vidas. Isso impacta na saúde mental de médicos e enfermeiros.
Para Antonia Tonus, psiquiatra do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, o número de profissionais da saúde atendidos nos últimos meses aumentou em cinco vezes.
Leia também: Bolsonaro assina MP que libera R$ 20 bilhões para compra de vacinas contra a Covid-19
"Quadros de muita ansiedade, de insônia, de quadros depressivos, e você tem que acolher. A escuta é muito importante, então, tem que haver o espaço para que esses profissionais expressem o que sentem: os medos e as inseguranças. Vivemos hoje uma pandemia de saúde mental concomitante com a pandemia viral", afirmou a psiquiatra.
Com as comemorações de fim de ano, os profissionais da saúde fazem um alerta: "Você precisa se cuidar até que, obviamente, a gente possa ter vacinas, após toda a imunização ser realizada e depois que toda a população esteja adequadamente protegida", destacou Assunção.
REDES SOCIAIS