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Quadrilha de Crivella teria utilizado a crise financeira para receber propina, aponta MP-RJ

Segundo investigação, empresários que pagavam propina ao prefeito eram privilegiados na quitação de dívidas


23/12/2020 14h14

O suposto esquema de propina comandado pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) aliciava empresários para participação em esquemas de corrupção, apontou o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em nota, na última terça-feira (22).

A Operação Hades prendeu preventivamente Crivella e outras seis pessoas acusadas de integrarem organização criminosa voltada para as práticas dos crimes de corrupção, peculato, fraudes a licitações e lavagem de dinheiro. Também há dois mandados de busca e apreensão por conta da determinação judicial de sequestro de bens e valores na ordem de R$ 53 milhões.

Com a crise financeira, havia menos dinheiro no caixa do que era preciso para que as dívidas fossem quitadas pela prefeitura. 

O promotor do MP Carlos Eugênio Greco concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (23), na qual ele explicou a situação. "Criava-se a necessidade de escolher quem pagar. Empresários que faziam serviços não essenciais recebiam os pagamentos mesmo nos momentos de crise e isso acontecia justamente por conta do pagamento de propina."

Leia mais: STJ concede prisão domiciliar a Crivella com uso de tornozeleira eletrônica

As análises partiram das mensagens encontradas nos aparelhos celulares confiscados. De acordo com o MP, “foram imputadas diversas práticas criminosas identificadas a partir da análise do material probatório apreendido, quebra de dados telemáticos, relatórios de inteligência financeira, depoimento de colaboradores e de testemunhas, que revelaram a existência de uma bem estruturada e complexa organização criminosa liderada por Crivella e que atuava na Prefeitura desde 2017.”

Os aliciadores dos empresários seriam Rafael Ferreira Alves (financiador da sua campanha eleitoral e irmão de Marcelo Ferreira Alves, ex-presidente da Riotur), Mauro Macedo (ex-tesoureiro de campanhas de Crivella) e Eduardo Benedito Lopes (suplente do prefeito no Senado e ex-presidente regional do PRB no Rio). A defesa de Crivella e dos empresários negam as acusações. 

Até o momento de fechamento da matéria, a TV Cultura não conseguiu contato com as defesas.

Veja também a matéria do Jornal da Tarde:


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