Primeira vereadora transexual e negra eleita pela cidade de São Paulo, Erika Hilton entrou com ação contra 50 pessoas que a agrediram pela internet.
Os ataques virtuais começaram durante a campanha eleitoral de 2020, quando Erika se candidatou a vereadora pela capital paulista. "Quando eu descobri que eu era a candidata, até então, mais atacada, perseguida e ameaçada, eu fiquei muito assustada. Nós fomos fazendo um rastreamento dessas ofensas, dessas humilhações, desses xingamentos, todos eles de cunho transfóbico, misógino e racista", conta.
Erika foi a mulher mais votada no Brasil. Ela esclarece que toda indenização, fruto das ações, será utilizada para pagar a retificação do nome e do gênero de travestis e pessoas trans em situação de vulnerabilidade.
"Nós estamos, neste momento, aguardando que as plataformas, que ainda não deram resposta, respondam as informações necessárias para que nós possamos, de fato, processar nominalmente cada uma dessas pessoas", aponta.
Um estudo feito pela revista AzMina e a ONG InternetLab indica que, na campanha eleitoral do ano passado, 123 candidatas do Brasil receberam, em média, 40 xingamentos por dia.
"As candidatas mais atacadas eram as mulheres negras, trans, LGBT. Havia um assédio direcionado à essas candidaturas. No segundo turno, a gente viu que isso se estendeu não só às candidatas, mas também às mulheres que apoiavam essas candidatas", explica Bárbara Libório, gerente de projetos do Instituto AzMina.
A vereadora Erika Hilton afirma que procurou a Justiça para ajudar a empoderar outras mulheres. "Eu não sou a única pessoa, nem a única parlamentar, que sofreu e ainda sofrerá esse tipo de violência na internet. As pessoas precisam procurar a Justiç, exigir respostas e inibir que essas pessoas tenham coragem de continuar cometendo crimes virtuais", completa.
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