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Mesmo na pandemia, universidades particulares fazem reajustes na mensalidade

Estudantes sentem-se "lesados" e advogado encara aumento como "absurdo"


14/01/2021 09h39

Mesmo com a pandemia, grande parte das universidades particulares fez reajustes no valor da mensalidade. Com isso, muitos estudantes que não têm bolsas de estudos, estão com dificuldades para pagar pelo ensino.

Algumas pessoas e entidades defendem que as instituições deveriam ter abaixado o preço, uma vez que muitos gastos foram cortados com as aulas em formato EaD. Caio Yuji, presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), afirmou que a maneira de solucionar a questão seria a abertura de planilhas, por parte das faculdades, com os ganhos e as perdas causados pela situação. “Aqui, a gente trava a luta pela redução das mensalidades, mas a partir da abertura das planilhas, transparência nos lucros ou prejuízos, para que soubéssemos o real impacto da pandemia e tomássemos medidas para que ninguém saísse perdendo.”

Mesmo entendendo que as universidades precisam investir em higienização e em construção de espaços maiores e mais arejados, o presidente da UEE defende a redução do preço das mensalidades. “A redução das mensalidades é um conjunto, dentre elas a luta pelo acesso e a luta pela qualidade”, afirmou. A organização também solicitou que o preço fosse “compatível com o nível de ensino”, repudiando a “mercantilização do ensino''.

Enquanto alguns estudantes lutam pela diminuição da mensalidade, outros já tiveram de lidar com dois reajustes durante a pandemia. É o caso de Ariel Melo, estudante de direito na FMU, que altera semestralmente seu custo. “Todos estão inconformados, e se sentem lesados, pois ficamos praticamente dois semestres em regime de aula telepresencial", disse o estudante. Ele também alegou que “fica difícil arcar com mais gastos, ou reajustes inexplicáveis para o momento que vivemos.”

Essas situações chegaram à justiça em alguns casos. É o exemplo da Universidade Anhembi Morumbi, que não abaixou a sua mensalidade no momento da pandemia e a aumentou em 10% no primeiro semestre de 2021. Aline Caetano, ex-presidente do Diretório Acadêmico (DA) da faculdade, é uma das principais vozes em favor dos alunos. “Mesmo que o reajuste tenha sempre existido, estamos em um momento atípico e a situação é complicada para todos.” Ela ainda acrescentou que o DA enxerga o reajuste como um “assalto”. A entidade ajudou os alunos a entrarem com um processo contra a instituição.

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O advogado que pegou o caso é Olavo Ferreira, que além deste, está envolvido em outros três processos de estudantes contra as suas respectivas universidades. Para ele, as universidades tiveram um decréscimo considerável em seus gastos. “Não havia gastos com eletricidade, água, limpeza, segurança, e fora isso, o governo federal concedeu benesses importantes, inclusive com auxílio no pagamento de salário de funcionários.”

Ferreira também refutou a maneira com que os reajustes estão ocorrendo. “Esses aumentos são permitidos pela lei, desde que comprovados em planilha a necessidade de majoração, o que não ocorre, pois as IES (Instituições de Ensino Superior) se negam a ser transparentes.” Para o advogado, o maior problema da questão é a falta de transparência, e o aumento das mensalidades é um “absurdo.”

A reportagem do site da TV Cultura não conseguiu fazer contato com a Universidade Anhembi Morumbi, nem com o Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas até o fechamento desta matéria.

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