Ministério da Saúde errou nos dados enviados ao STF sobre estoque de insumos
Sete estados não têm seringas e agulhas para iniciar a imunização
14/01/2021 22h07
Estados dizem que o Ministério da Saúde errou nos dados que enviou ao Supremo Tribunal Federal sobre estoques de insumos para o processo de vacinação contra a Covid-19. O Ministério informou, na última quarta (13), que sete estados não têm seringas e agulhas para iniciar a imunização.
Devido a indefinição, o partido Rede Sustentabilidade recorreu ao Supremo alegando que, além de não ter iniciado a vacinação, o governo estaria "lançando obstáculos para o adequado emprego das vacinas a serem adquiridas".
Em resposta a um despacho do ministro Ricardo Lewandowski, o Ministério da Saúde informou que é só responsável pelo imunizante e não pelos insumos. E que os estados têm 80 milhões de seringas.
O Ministério destacou, no entanto, que Acre, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina "não teriam estoque suficiente" para suprir a demanda inicial, caso houvesse disponibilidade imediata de 30 milhões de doses.
O Jornal da Cultura entrou em contato com as secretarias de saúde dos sete estados e todos garantiram ter estoque suficiente para iniciar a imunização.
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Em novo despacho nesta quinta, o ministro Lewandoswisk determinou que os 26 estados e o distrito federal informem seus estoques de seringas e agulhas.
O plano federal anunciado pelo ministro Eduardo Pazuello contabiliza quase 50 milhões de pessoas nos grupos prioritários para a vacinação contra o novo coronavírus. Como as vacinas em fase mais avançada de desenvolvimento exigem a aplicação de duas doses por pessoa, serão necessárias cerca de 100 milhões de seringas.
No fim do ano passado, o governo participou de um leilão em que conseguiu comprar menos de oito milhões de seringas, pouco mais de 2% do que se esperava. Em seguida, fechou acordo com os fabricantes para receber 30 milhões, e agora, encomendou outro montante com a mesma quantidade.
Para o especialista em gestão de saúde pública Adriano Massuda, o problema é falta de planejamento do ministério. “Para uma situação como essa, a coordenação é de responsabilidade do Ministério da Saúde e é ele que deve oferecer, além do imunizante, também as seringas. Obviamente que esses insumos, se não forem repostos, vão fazer falta pra outros programas. Os estados e municípios utilizam seringas pra questões básicas”, explica.
Assista a matéria sobre o tema que foi ao ar no Jornal da Cultura esta quinta (14).
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