Salas de aula e consultórios médicos foram parcial ou totalmente trocados pelas telas no ano passado para conter a disseminação do coronavírus. Até aí, nenhuma novidade. Mas o que empreendedores já perceberam é que essa mudança de hábitos traz oportunidades para as startups dos setores de educação e saúde em 2021.
“A telemedicina veio para ficar e, falando em educação, há enormes oportunidades, uma vez que poucas escolas voltaram integralmente ao ensino presencial”, afirma a diretora de Inovação da Visa e responsável pelo Programa de Aceleração de startups, Beatriz Montiani.
Segundo o diretor executivo da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), José Muritiba, a saúde e a educação estão entre os setores que mais cresceram em 2020, acompanhados das áreas de delivery, e-commerce e logística, e que esse movimento ascendente deve continuar nos próximos anos.
Segundo a Abstartups, de março do ano passado até o momento, 97 novas startups se cadastraram na base da associação, sendo oito da área de educação e 22 da saúde.
Novas oportunidades
A Nilo Saúde é um exemplo de startup criada em janeiro do ano passado, que chegou no momento certo por causa da pandemia de covid. A companhia, especializada no atendimento médico ao público com mais de 50 anos, aposta nas consultas pelo WhatsApp — seja por mensagem, por áudio ou por chamada.
No primeiro contato com o paciente, a empresa cria um plano de ação personalizado, indicando quais as consultas ideais para aquela fase de vida da pessoa. Depois, faz o agendamento com os médicos necessários.
Venda de tecnologia
Outra tendência para as startups neste ano é a venda de tecnologia. Para Montiani, é possível que as grandes empresas recorram às soluções tecnológicas das startups para atingir a transformação digital que o momento atual pede.
“Toda startup que souber usar a inovação a seu favor para solucionar problemas reais, tem grandes chances para este ano”, diz Muritiba.
Acima da média
Por ser um ano de retomada, a tendência é de que as startups tenham um desempenho acima da média. “Como instituição de fomento, nossas expectativas são positivas para consolidar mais informação para o mercado, fortalecer comunidades emergentes de startups e apostar em educação e formação de talentos para suprir as demandas crescentes nas startups pelo país”, afirma Muritiba.
Reinvenção
O cenário não é favorável para todos os setores. As startups que dependiam do offline para funcionar, como eventos, shows, esportes e restaurantes, vão precisar se reinventar.
“Os eventos provavelmente serão menores, os restaurantes vão nascer muito mais adaptados ao delivery, pedidos por WhatsApp e serviços como o Ifood. O setor de serviços vai exigir uma conformidade com a saúde e serão exigidos por um atendimento cada vez mais humanizado e mais empático para conseguir conquistar esse cliente na conversa e na diferenciação por empatia”, afirma Muritiba.
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