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O padre Claudemir Serafim, da cidade de Pedras Grandes SC, orientou os fiéis a não tomarem a vacina contra a Covid-19 porque ela seria feita com “fetos abortados”. O trecho do sermão em que ele faz a afirmação têm circulado nas redes sociais.

"Mais uma vez é importante nós recordarmos que o vírus não é católico, porque odeia nosso Senhor e tem fechado as igrejas, e a salvação para a nossa vida não está na vacina. Há vários problemas morais em relação a própria vacina, que está comprovado que é feita com fetos abortados. Dos milhões de abortos, muito mais elevados do que as mortes por coronavírus no mundo. Destes pobres seres humanos jogados nas lixeiras dos hospitais, fizeram vacinas", declarou o padre.

Na realidade, alguns imunizantes são desenvolvidos a partir de “culturas celulares” para a cultivação do vírus, que não se mantém sozinho. Posteriormente esse vírus é inativado ou atenuado, o que faz com que o sistema imunológico reconheça a ameaça e forneça uma boa resposta imune. Dois dos materiais utilizados para a produção de vacinas foram um pedaço do tecido renal de um feto abortado em 1972 e a retina de outro abortado em 1985, onde o vírus foi cultivado. A explicação técnica pode ser encontrada no site da Campanha "Todos pelas Vacinas".

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Nenhuma célula proveniente de fetos é utilizada nas vacinas que circulam e o processo já foi replicado na criação de outros imunizantes.

A Diocese onde atua o padre lançou um comunicado em que diz que Claudemir Serafim “foi repreendido e exortado a corrigir suas declarações e atitudes”. A nota também reforça que a recomendação da Diocese é que se acolha a vacina com a maior boa vontade e que se motivem as pessoas para isso. “O que o padre disse é de sua responsabilidade pessoal. Ninguém está autorizado a passar ao povo, em nome da Igreja, orientações diferentes”, informa.

Depois de alguns manifestantes contra o aborto criticarem o uso de imunizantes, o Vaticano chegou a comunicar que considera o uso das vacinas contra a Covid-19 como “moralmente aceitável”.