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Doria: "Saúde omitiu informações para tentar responsabilizar Butantan por atraso na entrega de vacinas"

“É inacreditável que o Ministério da Saúde queira atribuir ao Butantan a responsabilidade pela sua incompetência, ineficiência e incapacidade", afirmou o governador


19/02/2021 16h25

O governador de São Paulo, João Doria, rebateu nesta sexta (19) a fala de Elcio Franco, Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, sobre o atraso na entrega das vacinas contra a Covid-19. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Doria afirmou que a pasta omitiu informações para responsabilizar o Instituto Butantan.

É inacreditável que o Ministério da Saúde queira atribuir ao Butantan a responsabilidade pela sua incompetência, sua ineficiência e sua incapacidade, que está acarretando a falta de vacina nas cidades, nos estados e no país”, afirmou o governador. 

Ontem (18), em vídeo divulgado pelos canais oficiais do Ministério da Saúde, Elcio Franco afirmou que o Instituto Butantan entregaria apenas 30% das doses de Coronavac previstas em contrato. Segundo ele, o governo esperava 9,3 milhões até o final de fevereiro, e a pasta recebeu a informação de que 2,7 milhões seriam entregues. "De saúde não entende, pode entender de outra coisa. De saúde ele não tem competência nem habilitação para falar", disse Doria sobre o secretário-executivo.

Leia também: Ministério da Saúde envia ofício com intenção de comprar mais de 30 milhões de doses da vacina CoronaVac

"Nós estamos muito comprometidos com a entrega dessas vacinas. Temos que dizer que são as únicas vacinas que estão, neste momento, sendo produzidas em território nacional", disse Dimas Covas, diretor do Butantan. De acordo com o órgão, a entrega do total de 100 milhões de doses contratadas será antecipada de setembro para agosto deste ano. A previsão é de que o instituto entregue 3,4 milhões a partir da próxima terça (23).

Covas também lembrou que o cumprimento do cronograma de imunização depende do envio de insumos da China. "Lembrem-se: houve um atraso na entrega da matéria-prima em janeiro. Nós deveríamos ter recebido essa matéria-prima em 6 de janeiro, ou na primeira quinzena; não recebemos. Teve aquela discussão, aquela celeuma toda de qual foi a importância do relacionamento Brasil-China que causou possíveis dificuldades na liberação dessa matéria-prima", afirmou, citando o desgaste diplomático entre os dois países.

Assista ao trecho da coletiva de imprensa:

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