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Estatais em xeque: Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil derrubam Ibovespa

O Ibovespa opera nesta segunda-feira (22) em baixa de 5,61%, aos 111.


22/02/2021 19h00

O Ibovespa opera nesta segunda-feira (22) em baixa de 5,61%, aos 111.950 pontos, pressionado principalmente pela queda acentuada nas ações da Petrobras, que têm forte peso no índice. Às 11h25, as ações preferenciais da petrolífera acumulavam recuo de 20,05% e as ordinárias, perdas de 20,48%.

O estopim do desabamento dos papéis foi a decisão do presidente Jair Bolsonaro de indicar o general Joaquim Silva e Luna para o comando da Petrobras, em substituição ao economista Roberto Castello Branco. Bolsonaro bateu de frente com a estatal na semana passada, após os últimos aumentos no preço do diesel, que ele considerou exagerados. Na sexta (19), a Petrobras promoveu o terceiro reajuste do preço do óleo no ano, para R$ 2,58 o litro – no início de 2021, a cotação era de R$ 2,02. O litro da gasolina subiu pela quarta vez, para R$ 2,48.

Atualmente, os preços que a Petrobras pratica seguem a cotação internacional do petróleo e a variação do dólar. Isso traz dificuldades para Bolsonaro, que sofre pressões políticas principalmente da categoria dos caminhoneiros. Daí a intenção de interferir na política de preços da estatal.

Para o mercado, a guinada populista do presidente provoca grande incerteza, na medida em que a intervenção pode atingir também outras estatais. Bolsonaro também está pressionando as equipes econômica e de energia por medidas que promovam a redução da conta de energia. “Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”, afirmou o presidente. Com isso, os papéis da Eletrobras também começaram a derreter: às 11h25 desta segunda (22), ELET3 apresentava queda de 7,18% e ELET6, de 6,56%.

No dia 13, Bolsonaro também estendeu seus tentáculos sobre o Banco do Brasil. Após ter sido informado sobre aliados que o BB pretendia fechar 361 unidades, entre agências, escritórios e postos de atendimento, e desligar 5 mil funcionários por meio de um programa de demissão, o presidente anunciou a intenção de demitir o presidente da instituição financeira, André Brandão, fazendo os papéis do banco caírem quase 5%. No pregão de hoje, as ações ordinárias do BB haviam caído mais 10,30% até as 11h25.

O aval que o mercado financeiro deu à eleição de Bolsonaro se deu principalmente pelo verniz liberal que ele pretendia dar à pauta econômica, encabeçada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Diante desses recentes rompantes intervencionistas, porém, o que se enxerga no horizonte é um aumento da percepção de risco das estatais, que devem continuar a ter suas ações penalizadas nos próximos dias, pressionando a Bolsa como um todo.

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