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Divulgação/Palácio do Planalto
Divulgação/Palácio do Planalto

Em pronunciamento nesta segunda (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou uma declaração descontextualizada de um representante da OMS (Organização Mundial da Saúde) para criticar o lockdownA declaração foi dada em evento oficial no Palácio do Planalto, em Brasília. 

"Querem, alguns setores importantes da sociedade, outros não tão importantes, que eu decrete um lockdown nacional ou regional, porque eu devo seguir a ciência. Então, vou seguir a ciência", afirmou Bolsonaro. Em seguida, o presidente leu um trecho traduzido da entrevista do enviado especial da OMS David Nabarro ao jornal The Spectator em outubro de 2020: "Portanto, realmente, apelamos a todos os líderes mundiais: parem de usar o lockdown como seu método de controle primário. Desenvolvam sistemas melhores para fazê-lo, trabalhem em conjunto e aprendam uns com os outros. Mas lembrem-se: lockdown tem apenas uma consequência que você nunca deve diminuir: isso está tornando pessoas pobres muito mais pobres". 

Ao contrário do que afirmou o presidente, porém, a fala não significa que a OMS se posicione contra o fechamento das atividades econômicas para conter o vírus. Na mesma entrevista citada por Bolsonaro, Nabarro afirma que o lockdown pode ser usado para frear o contágio em situações críticas: "O único momento em que acreditamos que o lockdown seja justificável é para ganhar tempo de reorganizar, reagrupar e equilibrar recursos e proteger seus profissionais da saúde que estão exaustos". 

Assista abaixo ao trecho da entrevista (em inglês):


Dias depois da entrevista, a frase de Nabarro começou a circular pelas redes sociais como suposta evidência de que a OMS seria contrária ao lockdown e, à época, foi desmentida por agências de checagem.

"Dizem que eu deveria seguir a OMS, estou seguindo a OMS", continuou o presidente. Segundo o site oficial da entidade, entretanto, o lockdown está entre as medidas capazes de frear a disseminação do vírus. "A OMS reconhece que em certas situações, alguns países não têm escolha a não ser determinar que as pessoas fiquem em casa e outras medidas para ganhar tempo", afirma a organização. 

A recomendação é que o fechamento de atividades seja adotado de maneira coordenada com outras medidas, como testagem em massa, adequação das condições de tratamento hospitalar da doença e rastreio de contato, com quarentenas para evitar que a situação saia do controle.

De acordo com a Fiocruz, o Brasil vive hoje o maior colapso hospitalar e sanitário da história. O país registra situações de sobrecarga no sistema de saúde em todas as regiões e se aproxima do total de 300 mil mortos pela Covid-19 desde o início da pandemia.