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A imprensa internacional repercutiu as mudanças que ocorreram em cargos do governo Bolsonaro na última segunda-feira (29). Em uma reforma ministerial inesperada, o governo federal sofreu mudanças no comando de seis pastas. As decisões afetaram os Ministérios da Justiça, Relações Exteriores, Defesa, Casa Civil, Secretaria de Governo e AGU (Advocacia Geral da União). Veja abaixo como alguns veículos estrangeiros noticiaram os acontecimentos:

Washington Post

O jornal teve como gancho o pedido de demissão do então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A notícia aponta que o presidente Jair Bolsonaro reformulou seu gabinete em meio a intensa pressão para tirar Araújo do cargo que ocupava. O Post também citou a queda de popularidade do presidente, a recente substituição no Ministério da Saúde e as mais de 314 mil mortes causadas pela Covid-19 no país. 


Al Jazeera 

"Bolsonaro, sob pressão da crise da Covid-19, reorganiza gabinete", diz o título de uma notícia publicada pelo
site da emissora do Catar. A publicação aponta que a substituição dos seis ministros ocorreu em um momento em que Bolsonaro enfrenta "pressão crescente para responder pela forma como seu governo está lidando com a pandemia de Covid-19."

Para o site, "Bolsonaro está sendo amplamente criticado em meio a uma segunda onda de infecções pela Covid-19 que levou os hospitais ao limite."

CNN

O site da CNN americana também relaciona a mudança nos cargos com a atual crise sanitária. "Presidente Brasileiro Jair Bolsonaro substitui seis ministros no momento em que crise de Covid-19 infla", diz o título de um texto publicado pela emissora. 

A publicação aponta que as mudanças "parecem colocar vários generais do exército mais perto de Bolsonaro em posições mais estratégicas, após várias outras substituições no topo do governo federal do Brasil neste mês."

A CNN também informou que no último sábado o país ultrapassou o número de 3.000 mortes diárias pelo segundo dia consecutivo e que Bolsonaro se recusou a endossar medidas de isolamento social, em sua maioria determinadas pelos governos estaduais.

Clarín

O jornal argentino destacou a saída de Ernesto Araújo do ministério das Relações Exteriores. Segundo o Clarín, ele "caiu em meio a uma chuva de pressões de legisladores e diplomatas do governo que o acusaram de destruir o prestígio do país e obstruir o acesso às vacinas da Covid-19 devido ao seu furioso desprezo pela China e pela Rússia."

A publicação afirma que a saída de Araújo, mais do que a reforma ministerial, tenta aliviar a pressão que Bolsonaro sofre durante a crise sanitária. O jornal apontou ainda que "há apenas uma semana, a tensão levou o chefe da Câmara dos Deputados a sugerir a possibilidade de um impeachment contra Bolsonaro."

Le Monde

O veículo francês tratou com surpresa as mudanças feitas pelo governo federal. "No Brasil, Jair Bolsonaro surpreende ao remodelar seu governo", diz o título de um texto publicado sobre o assunto. O jornal afirmou que apenas a saída de Ernesto Araújo era esperada e citou a mudança na chefia do Ministério da Saúde, com a substituição de Eduardo Pazuello por Marcelo Queiroga.

Na publicação, o Le Monde disse que a política brasileira contra o coronavírus é um "fiasco" e destacou as mais de 314 mil mortes causadas pela doença no país.