Elifas Andreato, artista plástico que produziu em 2012 a obra "A verdade ainda que tardia", por um pedido da Comissão da Verdade, falou ao Jornal da Tarde sobre as torturas ocorridas na ditadura militar e sobre o momento atual da política brasileira.
Andreato conta que foi convidado pela ex-prefeita de São Paulo Luíza Erundina (PSOL), em setembro de 2012, para fazer uma logomarca de um encontro latino-americano de comissões de direitos humanos e que para realizar a obra ouviu, durante dois dias, relatos de sobreviventes que foram torturados pelo regime.
“O representante da comissão chilena me tirou de lado e disse, ‘nós conhecemos a obra que você fez denunciando o assassinato do jornalista Vladimir Herzog e te digo, nós temos relatos e depoimentos mas nos faltam imagens. As imagens do holocausto fizeram a humanidade entender que aquilo aconteceu. Essas imagens o senhor tem que fazer'”, relatou.
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O artista disse que, após a inauguração, a obra foi instalada no anexo dois do Congresso Nacional. O painel foi vandalizado e criticado por um grupo de deputados. A pintura foi retirada e ele não foi informado onde ela está.
2021
Sobre o momento atual da política, Andreato faz um paralelo com o passado e diz que o governo de Jair Bolsonaro criou mais insegurança para todos os cidadãos. "Ele se sustenta basicamente com esses pequenos golpes para se proteger e proteger sua família”, expôs.
“Acho que há um movimento importante, que é a recusa do alto comando das Forças Armadas em compactuar com esse genocídio do qual ele é o principal patrocinador”, completa.
Assista à entrevista completa com Elifas Andreato que foi ao ar esta quarta-feira (31) no Jornal da Tarde.
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