Pessoas com menos de 40 anos são maioria nas UTIs para tratamento da Covid-19, aponta pesquisa
Novas variantes, aglomerações em festas e necessidade de trabalho são os principais fatores para aumento na taxa de internações dos mais jovens
10/04/2021 10h00
O perfil das pessoas que precisam de um leito para se tratar do novo coronavírus mudou no Brasil. Pela primeira vez na pandemia, as internações em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) de pessoas com menos de 40 anos são maioria absoluta. O levantamento foi feito pela plataforma UTIs Brasileira, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).
Os dados mostram que no último mês de março, 52,2 % dos pacientes internados em UTIs eram pessoas de até 40 anos. Além disso, também foi constatado que houve um aumento no número de infectados que necessitam de ventilação mecânica. Houve um salto de 40% em comparação a dezembro.
Além da mudança no perfil dos internados, os dados sugerem que as novas variantes, aliada a com a falta de cuidado na pandemia, afeta a população jovem. Além disso, mais pessoas precisaram sair para trabalhar para conseguir algum sustento. Durante o “superferiado” em São Paulo, por exemplo, a taxa de isolamento foi de 44%, abaixo da média ideal.
Outro fator determinante é o tempo ocupado nas UTIs. Pessoas com menos de 40 anos tendem a permanecer mais tempo internado nos hospitais, diminuindo o giro de vagas.
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O levantamento da Amib é feito a partir de uma amostra expressiva, englobando 20.865 leitos de UTI no país, o que representa cerca de 25% de todas as unidades, sendo 2/3 privadas e 1/3 públicas.
Mais jovens, menos idosos
A pesquisa da Amid também mostrou que a internação e pessoas acima de 80 anos caiu 42%. Atualmente, eles representam apenas 7,8% no total. Esse número está diretamente relacionado a vacinação no país.
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