Nesta segunda-feira (3), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) ingressou com um pedido de habeas corpus para trancar o inquérito contra Sônia Guajajara. Ela foi intimada pela Polícia Federal a depor após críticas do movimento indígena à Funai e ao governo Bolsonaro na série "Maracá”, que tinha como objetivo defender os indígenas contra violações de direitos cometidas a esses povos durante a pandemia.
O pedido de liminar foi assinado por três advogados indígenas e protocolado na Vara Federal Criminal do Distrito Federal. A Apib argumenta que a ação carece de “indícios mínimos capazes de deflagar uma investigação penal” contra Guajajara.
"Não resta dúvida de que existe farta quantidade de documentos técnicos que evidenciam a ineficiência por parte do Governo Federal em combater a pandemia nos territórios indígenas. Diante de tal omissão, a Articulação dos Povos Indígenas iniciou a campanha emergência indígena, a fim de suprir a inércia do governo federal", argumenta a Apid para justificar a campanha da qual a Funai se queixa.
No pedido, a entidade ainda lamentou que a Funai, fundação criada para proteger os interesses dos povos indígenas, esteja incomodada com denúncias que a Abid está fazendo.
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O caso da líder não é o único envolvendo a comunidade indígena. Almir Suruí, líder indígena de Rondônia, precisou prestar depoimento em um inquérito sobre, segundo a Funai, divulgações de mentiras contra o governo na internet.
Perseguição a oposicionistas
A Apid também lembrou que a instituição não é a primeira ser alvo de processos de investigação após críticas ao governo federal. Essas atitudes tem como objetivo “intimidar os críticos da atual gestão”.
A entidade também se diz perseguida pela Funai e cita ataques feitos pelo órgão contra Guajajara em seu site, inclusive, com xingamentos.
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