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"O senhor tem uma memória seletiva, pra não dizer leviana", diz Kátia Abreu para Araújo

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado ainda disse que ex-ministro adota personalidades diferentes


18/05/2021 12h57

Durante a sessão da CPI da Covid nesta terça-feira (18), a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Kátia Abreu disse ao ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo que ele tem "memória seletiva, pra não dizer uma memória leviana". Araújo é o sétimo a depor na Comissão. Ele esteve no comando do Itamaraty entre janeiro de 2019 e março de 2021. 

"Eu imagino que o senhor tenha uma memória seletiva, pra não dizer uma memória leviana. O senhor não se lembra de nada do que importa e do que ocorreu efetivamente. Se lembra de questões mínimas, supérfluas e até mesmo não verdadeiras, como o senhor vem fazendo aqui todo esse momento", disse Kátia Abreu.

"A impressão que se tem é que existe um Ernesto que fala conosco e ouvimos a voz, e um outro Ernesto, que eu não sei onde fica, nas redes, na internet, nos artigos, nos blogs, falando coisas totalmente diferentes. Eu sinceramente estou confusa sobre qual personalidade nós devemos considerar", completou. 

A senadora ainda ressaltou que o ex-ministro não participou dos acordos entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac para o desenvolvimento da vacina CoronaVac no país. 

Leia também: Araújo confirma troca de mensagens com embaixador da Índia contra o isolamento socialAraújo diz que decisão de aderir quantidade mínima de doses no Covax Facility veio da Saúde

Ao citar declarações de Araújo no Fórum Econômico Mundial e em uma aula magna no Instituto Rio Branco, a senadora disse: "O senhor criticou a nossa proximidade com a China, com a Europa, com os BRICS e com os países da América Latina. O senhor de fato é um homem muito ousado, muito corajoso. Em algum momento o senhor se lembrou que estava lançando ao mar todo o trabalho de anos da diplomacia brasileira? (...) O senhor acha que isso colaborou na compra de vacinas? Isso colaborou com o combate à pandemia? Ou foram palavras ideológicas jogadas ao vento?"

Ao citar o artigo "Chegou o Comunavírus", escrito pelo ex-ministro, Kátia Abreu o criticou em relação à compra de vacinas. "Muitas pessoas dizem: 'que bajulação à China'. Eu quero bajular qualquer país que tiver para o meu povo brasileiro, para o meu povo do Tocantins que me elegeu, qualquer um que tiver vacina, eu sou capaz de deitar no chão e deixar que pise em cima de mim, pra que tragam vacina."

"Não tenho o menor orgulho. E nessa hora não tem ideologia, nessa hora não tem a sua vontade própria. O senhor estava lá como servidor do Estado brasileiro, recebendo para isso, para defender os direitos dos brasileiros, e não a sua posição ideológica", concluiu. 

Kátia Abreu ainda criticou a postura do ex-ministro em relação ao ataque ao Capitólio. "O senhor minimizou a ação daqueles vândalos ao invés de se solidarizar com o governo americano. O senhor não era parceiro do governo americano, o senhor era parceiro do Trump. (...) O senhor não entendeu que nós não somos amigos dos presidentes, nós somos amigos das nações."

"O senhor deve desculpas ao país. O senhor é um negacionista compulsivo, omisso. O senhor no MRE foi uma bússola que nos direcionou para o caos, para um iceberg, para um naufrágio. Bússola que nos levou para o naufrágio da política internacional", concluiu a senadora.

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