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Flickr/Senado
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Durante sessão da CPI da Covid, nesta quarta-feira (19), o relator Renan Calheiros disse que, de acordo com o relato do representante da Pfizer, somente em novembro o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello participou efetivamente das negociações para a aquisição da vacina.

Entretanto, Pazuello disse que "respondemos inúmeras vezes a Pfizer, eu tenho todas as respostas aqui". Calheiros rebateu: "O presidente da Pfizer nos comunicou que em nenhum momento recebeu nenhuma resposta, nem a favor, nem contra. Ele mentiu?"

"A respota à Pfizer é uma negociação. (...) Estou falando de dezenas de reuniões e discussões, eu não estou falando de uma resposta. A resposta sempre foi: 'sim, queremos comprar'. Mas não posso comprar se você não flexibilizar 'tal' medida, não posso comprar se você não auxiliar na logística de entrega", respondeu Pazuello. O ex-ministro disse que tem todas as respostas documentadas.

O relator Renan Calheiros perguntou novamente sobre as propostas da Pfizer. Pazuelo respondeu que "foram respondidas em negociação intensa e direta com dezenas de documentações e reuniões". 

"Então, a Pfizer está mentindo? Por que Vossa Excelência não tomou o comando e o protagonismo dessa negociação?", rebateu Calheiros mais uma vez.

"Eu sou o dirigente máximo, eu sou o decisor. Eu não posso negociar com a empresa, quem negocia com a empresa é o administrativo. O ministro jamais deveria receber uma empresa, o senhor deveria saber disso", concluiu o ex-ministro.

A última resposta foi interpretada de forma desrespeitosa por alguns senadores. Este é o oitavo depoimento que ocorre na CPI. O ex-ministro da Saúde foi o terceiro titular da pasta no governo Jair Bolsonaro e permaneceu no cargo por 10 meses. 

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Pazuello seria ouvido pela Comissão no dia 5 de maio, mas um dia antes o Comando do Exército informou que ele estava em quarentena após ter tido contato com duas pessoas infectadas pela Covid-19.

Na última sexta-feira (14), o ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o direito de habeas corpus ao ex-ministro. Pazuello poderá ficar em silêncio, com o objetivo de não produzir provas contra si. Ele depõe nesta quarta na condição de testemunha e deve dizer a verdade, sob risco de crime de falso testemunho.