A médica e secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, de 54 anos, foi imunizada contra a Covid-19 na última segunda (14). Conhecida como "capitã cloroquina", Pinheiro publicou nas redes sociais uma foto com o cartão de vacinação. "Devidamente vacinada", escreveu. Os comentários da postagem foram desativados.
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Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Pinheiro ficou conhecida por defender o chamado "tratamento precoce", conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19.
Nesta terça (15), ela foi citada na CPI da Covid pelo ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo. Segundo ele, Pinheiro promoveu os medicamentos em visita a Manaus dias antes do colapso no sistema de saúde na cidade. "No dia 4 de janeiro recebemos a Dra. Mayra Pinheiro, na primeira reunião pela manhã, 8 horas no auditório do Hospital Delphina Aziz [...] e vimos uma ênfase da Dra. Mayra Pinheiro, em relação ao tratamento precoce", afirmou Campelo.
Ele também disse que, na ocasião, Mayra falou sobre o TrateCov, plataforma do governo que recomendava os medicamentos, como "um novo sistema que poderia ser utilizado e que seria apresentado oportunamente".
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Pinheiro também prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito em maio. Na oitiva, ela afirmou que o uso da cloroquina não foi uma iniciativa pessoal dela na pasta e negou o recebimento de ordens do Presidente da República e do Ministério da Saúde referentes à recomendação do uso da cloroquina.
Ela afirmou que o ministério não recomendou o remédio, mas apenas "orientou" o uso. Em resposta, o relator da CPI, Renan Calheiros, questionou a distinção entre as palavras. “Eu não entendo qual é a diferença de recomendar e orientar”, disse Calheiros.
Mayra chegou a contradizer o depoimento dado à CPI pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao afirmar que ele teria sido informado sobre a falta de oxigênio em Manaus no dia 8 e não do dia 10, como disse o ex-ministro.
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