Após as falas iniciais dos médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, na sessão da CPI da Covid desta sexta-feira (18), o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), declarou que não irá fazer perguntas aos depoentes.
É de praxe a sessão começar com as questões do relator.
A declaração de Calheiros foi feita em apoio à fala do vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na qual ele critica a postura do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais.
"Em função desse escárnio, desse descaso, eu me recuso a fazer hoje, mesmo como relator dessa comissão parlamentar de inquérito, qualquer pergunta aos depoentes", comunicou.
"Com todo respeito, mas eu me recuso, não dá para continuarmos nessa situação. A CPI tem o papel de dissuadir práticas criminosas como essa do presidente da República, e ele continua a fazê-lo em desrespeito a uma instituição da República que é a comissão parlamentar de inquérito, com poderes constitucionais, judiciais, criada para investigar uma coisa cujos os órgãos convencionais não estavam investigando", acrescentou.
"Isso não pode continuar. Nós chegaremos ao sábado, provavelmente, a meio milhão de mortes pela Covid no Brasil e ainda continuamos a ouvir esse tipo de irresponsabilidade impunemente [...] Chega. Nós precisamos dar um basta a isso tudo", concluiu.
O senador Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS) criticou a decisão de Renan Calheiros: "Eu quero lamentar a atitude do senador Renan de não ouvir os depoentes".
Leia também: Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, é vacinado contra a Covid-19; Parecer sobre cassação de Jairinho é apresentado nesta sexta-feira (18)
REDES SOCIAIS