O deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) enviou nesta quinta (24) ao senador Omar Aziz um ofício que pede a prisão do ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria Geral da Presidência, e do assessor Élcio Franco, da Casa Civil. O documento alega que o parlamentar e seu irmão, que serão ouvidos na CPI da Covid nesta sexta (25), foram ameaçados em público por Onyx e Franco.
Miranda citou a coletiva de imprensa realizada ontem (23), na qual os dois representantes do Planalto afirmaram que o deputado e seu irmão seriam investigados pela Polícia Federal a pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Certamente o momento escolhido para que o Sr. Onyx viesse a público tem a ver, diretamente, com o intuito de coagir e reprimir as atividades desta CPI, com a perversão do devido processo legal, isto é, de prejudicar a espontaneidade dos nossos depoimentos. Há ameaças claras desprendidas contra mim e meu irmão em público, ou melhor, com repercussão nacional e internacional, proferidas por um ministro ladeado por um ministro investigado por esta CPI", escreveu Miranda.
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O parlamentar levou a público na última terça (22) a alegação de que alertou Bolsonaro sobre suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Ele é irmão de Luis Ricardo Fernandes Miranda, um servidor no Ministério da Saúde que afirma ter sofrido pressões para importar o imunizante.
Na coletiva de imprensa, Lorenzoni negou irregularidades e dirigiu-se a Miranda: "Deputado Luís Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai só se entender com Deus, vai se entender com a gente também. E tem mais: o senhor vai explicar e o senhor vai pagar pela irresponsabilidade, pelo mau-caratismo, pela má-fé, pela denunciação caluniosa, pela denunciação de provas falsas".
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No ofício, o deputado pediu que Aziz solicite a prisão de ambos sob as penas do art. 344 do Código Penal e determine que a Procuradoria Geral da República apure "se os autores da ameaça o fizeram a mando do Presidente da República Sr. Jair Messias Bolsonaro, que foi citado como o 'traído'"
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